O Mosteiro de Santa Maria de Almoster era feminino e pertencia à Ordem de Cister.
Foi fundado por iniciativa de Dona Sancha Peres que, em testamento de 1287, incumbiu a sua filha D. Berengária Aires de estabelecer um mosteiro de monjas cistercienses ou de outra ordem, em Almoster. Nesse mesmo ano, o mosteiro foi aceite pelo abade de Cister e pelo Capítulo Geral como nova fundação da Ordem, dependente de Claraval, vindo a receber licença de fundação do papa Nicolau IV, em 1289, ano em que foi, também, lançada a primeira pedra para construção do edifício. A autorização de fundação por parte do bispo de Lisboa, D. João Soalhães, data apenas de 1296. Sob o patrocínio de D. Berengária, que sempre manteve o seu estado laical, e tendo beneficiado do apoio da realeza, nomeadamente ao ser contemplado em dois testamentos da rainha Santa Isabel, mulher do rei D. Dinis, o mosteiro veio a desenvolver-se rapidamente. A primeira comunidade foi constituída por um grupo de noviças provenientes do mosteiro de Santa Maria de Celas que, em 1296, tomaram a iniciativa de doar todos os seus bens a D. Berengária. Não se sabe ao certo em que ano este conjunto de religiosas se terá transferido para Almoster, mas data de 1301 o primeiro documento conhecido em que é feita referência a uma religiosa de Almoster: D. Maria Gonçalves, a primeira das noviças inscritas na doação de 1296 e a primeira religiosa que desempenhou o cargo de abadessa.
Em 1321, segundo o "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321", as rendas do cenóbio foram taxadas em 1100 libras, a taxa mais elevada a pagar pelos mosteiros da região de Santarém.
Em 1437, a 23 de Março, por D. Duarte foi dada carta de privilégio ao mosteiro de Almoster.
Em 1473, a 19 de Março, D. Afonso V privilegiou por esmola Dona Isabel de Andrade, abadessa do mosteiro de Almoster, recebendo-a e ao seu mosteiro sob sua especial guarda e encomenda, bem como lhe confirma todos os privilégios outorgados pelos monarcas seus antecessores.
Em 1496, a 7 de Maio, D. Manuel I confirmou à abadessa e donas do Mosteiro de Almoster todos os privilégios, liberdades, graças e mercês concedidas até ao reinado de D. João II.
Em 1504, a 31 de Maio, D. Manuel I, pelo bispo da Guarda e pelo doutor Gonçalo de Azevedo, deu ao Mosteiro de Almoster licença para possuir e desfrutar umas terras situadas no Campo de Trava, na vila de Santarém, que rendiam 40 alqueires de pão.
Em 1520, a 29 de Setembro, o bispo de Titopoli comunicou ao rei D. Manuel I que visitou o Mosteiro de Almoster e que o achara muito pobre e carecido de casas e oficinas e solicitou, devido à necessidade, que lhe mandasse construir 5 casas e que, das rendas do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, lhe fizesse mercê de 20.000 réis, para o conduto dos religiosos.
Em 1522, a 8 de Julho, foi feita uma inquirição à abadessa e monjas de Santa Maria de Almoster, sobre a satisfação das "rezas e mais exercícios", a que assistiu o bispo de Alcobaça, o prior e mais padres.
Em 1523, a 23 de Maio, foi feito um conhecimento por onde consta que foram recebidas certas esmolas mandadas dar pelo rei a alguns mosteiros de Santarém e Almoster.
Em 1525, a 3 de Abril, foi feito um conhecimento por onde se declarou que o procurador do Mosteiro de Almoster, António Bernaldez, recebeu do almoxarife da vila de Santarém, Henrique Nunes, 400 réis de esmola que o rei dava ao mosteiro.
Em 1532, a 10 de Outubro, por carta do abade do Mosteiro de Claraval foi comunicado ao rei da mudança que fez de algumas religiosas do Mosteiro de Odivelas para o de Almoster e deste para outro, por entender ser assim conveniente.
O estado de desregramento atingiu tal amplitude que, em 1532, para reformar o mosteiro, D. Edme de Saulieu, abade de Claraval, e D. João III destituíram a abadessa D. Catarina de Noronha. Irmã do primeiro conde de Linhares e tia do terceiro marquês de Vila Real, D. Catarina, alegando a sua nobreza e aproveitando a querela existente entre Alcobaça e Claraval a propósito da paternidade de Almoster, tentou opor-se à visita do abade de Claraval, mas sem sucesso. Depois de destituída, foi enviada para o mosteiro de Odivelas. Nesta época, Almoster tinha quarenta e sete religiosas professas. As actas resultantes de visitações realizadas em 1522, 1532 e 1536 testemunham a forma como a abadia de Almoster foi afectada pela crise moral e religiosa dos séculos XV e XVI.
Em 1542, a 4 de Dezembro, em cumprimento de uma ordem real foi feita uma certidão pela qual o procurador do Mosteiro de Lorvão requereu ao juiz de fora de Coimbra que levasse D. Leonor Teles para o de Almoster.
Em 1781, a 27 de Abril, o Mosteiro de Santa Maria de Almoster recebeu uma carta de confirmação do privilégio de nomear as justiças da referida vila.
Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.
Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.
Em 1887, o Mosteiro foi encerrado por morte da última religiosa no dia 21 de Outubro.
Localização / Freguesia: Almoster (Santarém, Santarém)