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MELO, Mário. Filho de José Joaquim Alves de Melo e de Delmira Rosa Sanches, jornaleiros. Neto paterno de Francisco Maria de Melo (1836-1891) e de Teresa Joaquina Alves (1833-1907), moleira; neto materno de Manuel Joaquim Sanches e de Maria Rosa Sarandão, jornaleiros. Nasceu na Rua do Espírito Santo a 31/8/1892 e foi batizado a 25 de Setembro desse ano. Padrinhos: Frederico Augusto dos Santos Lima, negociante, e irmã, Florinda da Glória dos Santos Lima, solteiros, da Vila. // A primeira notícia que temos da sua pessoa, é-nos dada pelo jornal. Diz-nos que integrava a Comissão de Festas da Pastoriza, que se realizou em Agosto desse ano. // Informa-nos de que é, nesse ano, recruta do exército, e ia assentar praça em Infantaria 3, Valença. // Comentam, no dito jornal, que devido a estarem as tabernas abertas até às duas horas da manhã, houve uma desordem, tendo o Mário batido no lavrador João Lopes. // Tornou-se novamente notícia: «Foi preso para averiguações Mário de Melo (o Cuco), acusado pelo Sr. Joaquim do Carmo Álvares de Barros de haver induzido o seu filho Artur, menor de nove anos, para distrair duma cómoda 10$00 em papel, não se tendo apurado coisa alguma sobre o facto.» Isto é, não havia provas. Nesse caso, tinha direito a uma indemnização, mas quem estava disposto a defender os humildes? // Em 1917, com 25 anos de idade, partiu para a guerra.«Veio ontem o Cuco – quem me ler, diz: é mentira! Pois, quem há-de crer, que fosse o dia de ontem o da chegada do cuco? Como é sabido, o cuco regressa pelo São Bento, isto é, a 11 de Julho. Pois desta vez regressa o cuco ao seu lar em 9 de Setembro. Não chamais ao Mário de Melo “Cuco”? Pois este herói, que andou em França a combater os alemães, regressou ontem a esta linda terra. Os nossos cumprimentos de boas vindas.» // Ainda outra notícia, esta por causa dos salários em atraso, devido à má administração do concelho, a que presidiu até 1919 Custódio da Costa e Brito e António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro, irmão do médico, Dr. Vitoriano; o actual administrador era o Dr. Augusto César Esteves. Lê-se no jornal: «… e até o pobre Mário Cuco está sem receber 31$90, provavelmente por serviços prestados ao Hospital desta Vila». // Casou a 1/12/1921 com Filomena Rosa Fernandes, natural de Chaviães. Foi residir então para essa freguesia e jamais deu azo a notícias. // Morreu ali, em sua casa, sita no lugar da Portela, a 23/10/1937. Era ainda um homem novo, mas a guerra, as privações, o trabalho duro, arruinaram a sua saúde. // Foi pai de Pureza de Jesus (ver em Chaviães).