Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
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Identification
Description level
File
Reference code
PT/TT/AOS/E/0042/00002
Title
Correspondência de Victor Buescu
Title type
Formal
Holding entity
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Initial date
1957
Final date
1968
Dimension and support
30 f. (4-33), 1 cartão; papel
Content and structure
Scope and content
Contém cartas do Prof. Victor Buescu, natural da Roménia, residente em Lisboa, 2.º Assistente da cadeira de História da Cultura Clássica, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (enquanto o seu doutoramento de Bucareste não é reconhecido ou equiparado).Integra o discurso de Salazar, datado de 4 de julho de 1957, traduzido no idioma romeno, pelo Prof. Victor Buescu, entre outros.Inclui uma informação sobre a ideologia política de Victor Buescu, fornecida pela viúva, Maria Leonor Carvalhão Buescu ao Dr. Salazar.Compreende um exemplar da monografia, da autoria de Victor Buescu, intitulada "Da poesia da resistência romena: ensaio com 10 poemas inéditos de 'João, o porta bandeira' e 'Onofre, o aprisionado', Lisboa. 1957. 26 p. Segundo o autor, trata-se de "puros diamantes da lírica romena contemporânea, mas também como assombrosos documentos da época que nos foi dado viver (...)". A preceder este comentário destaca-se a poesia de "Onofre, o Aprisionado", sendo que o Poeta mortificado na sua cela compara-se a Jesus crucificado:- Esta Noite, Jesus /Esta noite, Jesus veio à minha cela.Ó, que triste, que alto estava Cristo!A lua entrou após Ele na celaE mais alto O fez, e mais tristeSentou-se a meu lado, na esteira.- "Põe a tua mão nas Minhas chagas".Nos artelhos tinha estigmas e marcas de ferrugem,Como se alguma vez houvesse trazido grilhetas...As Suas mãos eram como lírios sobre um túmulo,Os olhos profundos como bosques.A lua derramava-lhe prata pela túnica,Prateando-lhe nas mãos antigas feridas.Suspirando fundo, estendeu os seus ossos cansadosSobre a minha esteira roída pela vermina.No sono irradiava luz, e as grossas gradesSombreavam a Sua alvura.Levantei-me da parda enxerga:-"Senhor, de onde, de que tempos vens?"Jesus levou devarinho um dedo aos lábios,Fazendo-me sinal para me calar...A cela parecia montanha, parecia calvário,E pululavam piolhos e ratos;Sentia a cabeça tombar-me nas mãosE adormeci um milhar de anos...Ao despertar do terrível abismo,A palha cheirava a rosas.Eu estava na cela, e havia a lua,-Só Jesus não estava em parte alguma.-"Onde estás, Senhor?", gritei às grades.Da lua vinha um fumo de incenso.Então, toquei-me, e nas minhas mãosEncontrei os sinais dos seus cravos.
Access and use
Language of the material
Português e romeno
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