Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
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Identification
Description level
Installation unit
Reference code
PT/TT/EPJS/A/001/0261
Title
Cortes de Censura de 'O Século': maço 261
Title type
Atribuído
Holding entity
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Initial date
1972-11-03
Final date
1973-01-31
Dimension and support
1 mç. (148 f.); papel
Content and structure
Scope and content
Contém recortes de provas tipográficas de notícias que foram alteradas ou suprimidas, previamente à respetiva edição do jornal, por duas instâncias da Censura, cujos carimbos constam habitualmente de cada folha onde foram colados os mencionados recortes, a saber: “O Século – Redação – Exame prévio”, “Exame prévio – Comissão de Lisboa”. Cada folha apresenta datação manuscrita, correspondendo ao dia em que a censura foi aplicada (e não ao da edição do jornal).Este maço apresenta características diferentes relativamente à maioria dos outros da série: além de abranger meses de anos distintos, não conserva as habituais folhas de avisos manuscritos que assinalam os dias em que não houve quaisquer intervenções nos conteúdos do periódico. Assim sendo, faltam apontamentos sobre os 40 dias de que não há provas tipográficas censuradas: 1, 2, 6, 9, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 24, 27, 28 e 30 de novembro; 2, 5, 6, 9, 10, 14, 17, 18, 23, 24, 25, 26 e 28 de dezembro; 1, 2, 4, 5, 10, 16, 17, 18, 20, 21, 22, 23 e 30 de janeiro. Durante 52 dias dos 3 meses abrangidos pela documentação, a censura foi aplicada a cerca de 77 notícias de assuntos diversificados. De entre os temas mais recorrentes, podem ser destacados os seguintes:Cultura e liberdade de expressão: em novembro, dias 4 e 5 (“Jornalistas: informação, autoridade e direitos…”), 21 (“O enterro do dia, de Gabriel García Marquez” – anúncio de lançamento desse livro e “Outro outono escurece” – crónica de Urbano Tavares Rodrigues), 22 (“João Cutileiro fala-nos dos novos rumos e das contradições da sua escultura”) e 23 (“A quem de direito: quando é que o cénico caldense tem (ao menos) sítio para trabalhar?” e Entrevista a João Cutileiro); em dezembro, dias 3 (“O ponto de vista do leitor: Segregar é negar a condição humana”), 7 (Comentários sobre o panorama cultural da Alemanha), 8 (Crónica sobre eventos culturais em Paris), 15 (“’Os Reinegros’ – um inédito de força, romance do inconformismo dos que se querem livres” – anúncio de lançamento do livro de Alves Redol) e 19 (“Já poucos restam desse tempo…” – sobre o falecido jornalista Afonso de Bragança); em janeiro, dia 25 (“Não houve debate na Casa da Imprensa” – sobre a comercialização de livros de Alves Redol).Questões económicas e trabalhistas: em novembro, dias 7 (“Nota de abertura” – sobre a crise da indústria hoteleira), 10 e 11 (“Turismo luso-espanhol”), 19 e 20 (Problemas dos advogados em Portugal); em dezembro, dias 19 (“Factos e reflexões: Os comerciantes de mercearia”), 21 (“Sindicato Nacional dos Caixeiros e Profissões Similares do Distrito de Lisboa – Comunicado aos sócios” – sobre direitos trabalhistas e Legendas de fotografias sobre pescadores portugueses), 30 (“Nota de abertura” – sobre os táxis de Lisboa) e 31 (“Ordem dos Advogados” – sobre a assembleia-geral da entidade); em janeiro, dias 7 (Decréscimo da produção de leite em Portugal), 11 (“Nota de abertura” – situação crítica do porto de Leixões), 13 (“Do Sindicato dos Profissionais de Escritório de Lisboa” – apreciação do orçamento de 1973 e “A Carris e os seus problemas: funcionários a menos, carros (parados) a mais”), 14 (“Amadora sem pão”), 25 (“Luz elétrica no concelho de Porto de Mós” – presença de Marcelo Caetano na inauguração da rede elétrica em várias localidades), 27 (“Comércio de automóveis e acessórios” – questões trabalhistas), 28 (Discussão sobre os estatutos da Caixa de Previdência dos Bancários), 29 (“Indústria dos fósforos: madeira que ardeu?” – decréscimo da produção) e 31 (“O ‘raya’ de Portugal: a fronteira do subdesenvolvimento” – situação socioeconómica das regiões fronteiriças entre Portugal e Espanha).Ensino e atividades académicas: em novembro, dias 25 (Paralisação de estudantes universitários de Lisboa para reabertura da associação académica e “Encerrado o Técnico” – encerramento do Instituto Superior Técnico) e 29 (“Vão a julgamento dez incriminados por ofensas à DGS. Quatro arguidos são professores catedráticos”); em dezembro, dias 12 (“Reaberta a Faculdade de Letras” – da Universidade de Lisboa) e 20 (“Nota de abertura” – sobre a preparação profissional dos médicos); em janeiro, dia 9 (“Os aprovados no ‘ad hoc’ e o desaparecimento do livro” – extravio do livro de exames da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).Eleições: em dezembro, dias 4 (“As nossas eleições nunca foram honestas…”) e 11 (“Definidos em Aveiro os objetivos do Congresso da Oposição Democrática”); em janeiro, dias 25 (“Recenseamento eleitoral” – em Mira e Cantanhede) e 29 (“Trabalhos adiantados” – reunião de democratas).Outras matérias de destaque, embora mais esparsas, dizem respeito a julgamentos concorridos, seja do caso da herança Sommer-Champalimaud (13 e 16 de dezembro e 12 de janeiro), seja de seis acusados de atividades subversivas (22 de dezembro); à política desportiva nacional e internacional (15 de dezembro, 6 e 19 de janeiro); à vinda a Lisboa do cónego Raymond Goor, dirigente do Conselho Mundial da Paz (3 e 6 de janeiro); à guerra do Vietnam (6 e 27 de janeiro); às críticas da Igreja espanhola à guerra colonial portuguesa (8 de janeiro); e ainda, ao cotidiano em Moçambique (19 de janeiro).Temáticas peculiares aos centros urbanos comparecem, por outro lado, com certa frequência, versando principalmente sobre crimes e problemas de ordem pública (em novembro, dias 3, 7, 8 e 21; em dezembro, dias 1, 3 e 27; em janeiro, dias 7, 19, 25 e 26). Finalmente, não é um recorte de imprensa a última notícia existente neste maço: trata-se de quatro folhas inteiramente manuscritas, sem data alguma, mas apresentando o título “À noite, na Amadora, dezenas de cadetes da Academia Militar ‘vingaram’ afrontas”.
Arrangement
Ordenação cronológica.
Access and use
Language of the material
Português
Notes
Notes
Nota ao elemento de informação “Dimensão e suporte”: Na medida em que a maioria dos recortes das provas tipográficas apresenta notícias truncadas e fragmentadas, geralmente restritas aos trechos censurados, não foi possível determinar a quantidade exata de documentos existentes, razão pela qual fica indicado apenas o total de folhas.4123
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