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Autos de petição de recurso em que é recorrente Alexandre Ferreira Valente e recorrido o reverendo vigário-geral do Bispado de Leiria
Identification
Description level
File
Reference code
PT/TT/JFC/007/00030
Title
Autos de petição de recurso em que é recorrente Alexandre Ferreira Valente e recorrido o reverendo vigário-geral do Bispado de Leiria
Title type
Formal
Holding entity
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Initial date
1832-11-19
Final date
1833-01-23
Dimension and support
1 proc.; papel
Content and structure
Scope and content
A ação prende-se com a atuação violenta do vigário-geral do Bispado de Leiria em relação a Alexandre Ferreira Valente e à sua família (mulher e oito filhos). O recorrente fora acusado pelo padre João Alves, pároco da freguesia do Olival, de não ter cumprido os preceitos da Igreja, nomeadamente a desobriga quaresmal no ano de 1831, ou seja a confissão e comunhão, de não ter admitido dois filhos à Sagrada Comunhão, de não ensinar a doutrina cristã aos seus filhos, "a doutrina que ouvem em sua casa são pragas, maldições, palavras torpes, e todo o género de maus exemplos enquanto a vida e conduta do suplicante seria um nunca acabar do inferno", por não respeitar as censuras eclesiásticas e por proferir palavras injuriosas. Por sua vez, a sua mulher fora acusada de não ir à missa alegando estar doente mas era vista nas feiras. Perante esta situação Alexandre Ferreira Valente chegou mesmo a pensar "desanexar-se da dita freguesia e ficar sujeito com sua família à freguesia de Espite por ser mais próxima evitando-se assim tais colisões para sossego do dito suplicante e suplicado".Contém 1 apenso com os autos em que o reverendo Doutor Promotor da Justiça do Juízo Eclesiástico denuncia Maria Joaquina, viúva de António Marques, da Urqueira, e Alexandre Ferreira Valente, da Urqueira. Maria Joaquina é acusada de "viver escandalosamente admitindo a toda a hora da noite e de dia homens solteiros e casados nascendo daqui muitas desordens e discórdias entre estes e suas mulheres e gravíssimo escândalo a toda a freguesia e muito principalmente pela frequência que tem em casa da denunciada a toda a hora Alexandre Ferreira Valente seu vizinho cujos filhos tanto se escandalizam com semelhante modo de vida licenciosa de maneira que o reverendo pároco ainda a não quis admitir ao sacramento", pelo que foi condenada com pena de excomunhão. A Alexandre Ferreira Valente foi aplicado a mesma pena devido à "sua desobediência não querendo assinar termo de emenda do escândalo que causou ao que foi obrigado por pronúncia de sete de junho de mil oitocentos e trinta se conservou neste estado alguns meses sem sequer absolvição da censura que sempre tratou com o maior desprezo até que foi preso por ordem da intendência e conduzido às cadeias do Limoeiro de Lisboa donde voltou continuando a conservar-se excomungado sem requerer absolvição, escarnecendo e mofando das censuras do céu e do inferno, e tratando com o maior desprezo os ministros da Igreja e ao seu pároco a se apresentar para satisfazer ao preceito quaresmal no tempo determinado pela constituição no que tem causado gravíssimo escândalo", tendo sido também acusado de "mancebia pública e escandalosa com Maria Joaquina viúva" e no juízo eclesiástico de "blasfemo da honra de Deus e de herético dos dogmas da Santa Religião assaz suspeito da fé católica".
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Language of the material
Português
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