João Fernandes, morador em Alverca.

Item

PT/TT/CHR/K/46/6-21V

João Fernandes, morador em Alverca.

Formal

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

1501-06-07

1501-06-07

Poderia haver 4 ou 5 anos, indo ele com um seu mancebo caminho do Campo de Santarém, em saindo da dita vila topara com um estrangeiro que ele não conhecia. E indo assim todos, toparam com um judeu que ele também não conhecia, mas o homem que com eles ía topara com um judeu e, tanto que viu o judeu, como quem o conhecia, lhe dissera que lhe pagasse cento e tantos rs. que lhe devia. E estando assim às razões, ele e o dito mancebo foram seu caminho, sem mais saberem parte do que passaram. E o judeu se fora à dita vila agravar aos juizes dele suplicante, dizendo que o homem que topara no caminho ía em companhia do suplicante, e lhe tomara um gibão e uma camisa, e 3 cruzados de ouro e 2 vintens. Pelo qual queixume os Juizes tiraram certas testemunhas que não conheceram senão ao suplicante, pelos vestidos e o culparam no dito caso. E houvera perdão de Isabel Fernandes, mulher, e Gabriel Henriques, irmão de Jacob Coleima de Abeneigra - que, sendo cristão novo, se chamara Pero Vaz e fora alfaiate, morador em Lisboa que entretanto falecera -, segundo um público instrumento de perdão, feito e assinado por Fernão Roiz, tabelião em Lisboa, aos 18 de Maio de 1501, no qual lhe perdoavam e o não queriam demandar cível nem criminalmemte. El-rei, visto o perdão das partes e um parece com o seu passe, lhe perdoou contanto pagasse 1.000 rs. para a Piedade João Lourenço a fez.