Diogo Lopes, morador na vila de Arruda.

Item

PT/TT/CHR/K/45/96-367

Diogo Lopes, morador na vila de Arruda.

Formal

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

1501-04-27

1501-04-27

Da Correição da Estremadura fora mandado um preso de concelho em concelho à cadeia desta cidade, o qual preso se chamava João Gonçalves de Angeja, que era preso por um testemunho. E sendo entregue aos juizes da dita vila de Arruda, os ditos juizes o entregaram ao suplicante e a outros 2 que o trouvessem à cadeia desta cidade. E trazendo eles assim o preso o levaram a Alhandra para o trazerem per mar em uma barca. E por não acharem a dita barca em que o houveram de trazer, vindo de a buscar, acharam tirado o colar do pescoço ao dito preso, e a cadeia atada à cinta. A qual cadeia e colar lhe tiraram os parceiros do suplicante dizendo que seu feito era leve que o deixassem assim vir pois vinha por terra, porque não havia de fugir. E logo dali se tornara um dos ditos parceiros, e ficara o dito preso com ele suplicante e outro seu companheiro somente, vindo isso mesmo na companhia de um cunhado do dito preso, armados de lança e espada e punhal. E vindo assim com o dito preso até os Olivais desta cidade de Lisboa, o cunhado do dito preso lho tirara das mãos dando lhe muita pancada, e por eles chamarem da parte del-rei os quisera matar. E assim se fora o dito preso sem lhe ninguém acudir, por bem da qual fugida, que lhe assim fugira andava amorado com temor. Enviando o suplicante pedir, el-rei vendo o que dizia, se assim era e aí mais não havia, visto um praz-me com o seu passe, lhe perdoou contanto pagasse 1.000 rs. para a Piedade . E por o Bispo estar doente, El-rei o mandou por mim (sic) somente. Francisco Dias a fez.