Bento de Oliveira, morador em Évora.

Item

PT/TT/CHR/K/45/76-291V

Bento de Oliveira, morador em Évora.

Formal

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

1501-02-03

1501-02-03

Fora preso em Estremoz por uma resistência que fizera ao meirinho. E jazendo assim preso, el-rei passara um alvará por que perdoava a pena crime e cível a qualquer pessoa que descobrisse o ferimento de Campo Verde, que fora ferido na pousada de Gil Martins Ratinho, juiz que fora na vila e que mais lhe dava 30 cruzados de ouro. E por bem desse alvará, ele confessara a verdade de todo como, e como ele fora no dito ferimento e malefício com outros e o fizera certo. Os quais foram presos e condenados por sua justiça, segundo instrumento público de certidão, feito e assinado por Gonçalo do Porto, tabelião na cidade de Coimbra, aos 18 de Janeiro de 1501. No qual se continha que, perante Gil Martins Ratinho, juiz que ora era na cidade [de Coimbra], parecera o suplicante, e lhe dissera como ele sabia, e lhe descobrira o ferimento do dito Campo Verde, e quais foram nele, e assim o descobrira a el-rei, que lhe perdoara por ele ser no dito ferimento. E ele fizera prender um deles e os outros foram condenados. E porquanto el-rei duvidara ser ele suplicante o que o descobrira para lhe haver de ser perdoado, lhe requerera que lhe mandasse dar um instrumento de certidão com sua fé do que sabia. O dito juiz dera em resposta que o dito Bento de Oliveira, jazendo preso lhe dissera que se lhe el-rei perdoasse, que ele descobriria os que foram no dito caso e ferimento. E o dito juiz assim escrevera e el-rei lhe passara o dito alvará de perdão para o suplicante, por bem do que ele dera seu testemunho ao dito juiz, e foram condenados por sentença aqueles que o suplicante culpara em seu testemunho, por Brás Afonso Correia, Corregedor na cidade de Lisboa. Pedindo o suplice por mercê, el-rei, vendo o que dizia, visto o alvará e certidão de como descobrira os que feriram o Campo Verde, e um praz-me assinado, lhe perdoou a culpa que no ferimento tinha. João Afonso a fez.