Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
Edifício da Torre do Tombo, Alameda da Universidade
1649-010 LISBOA
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Identification
Description level
Fonds
Reference code
PT/TT/MSMM
Title
Mosteiro de Santa Maria de Miranda
Title type
Atribuído
Holding entity
Arquivo Nacional Torre do Tombo
Initial date
1503
Final date
1834
Dimension and support
19 liv., 20 mç.; papel, perg.
Context
Biography or history
O Mosteiro de Santa Maria de Miranda era masculino, e pertencia à Ordem e à Congregação de São Bento. Também designado por Santa Maria de Admiranda (testamento de D. Afonso II) em consequência da paisagem que dele se avistava, por estar situado numa encosta. O "Mosteiro Velho" foi fundado talvez no século XII, embora a primeira menção documentada seja de 1207, vindo a ser deslocado para o alto do monte, lugar onde permaneceu desde o século XIII. Provavelmente foi beneditino desde o começo. Em 1207, recebeu carta de couto de D. Sancho I. Foi beneficiado por D. Afonso II e D. Afonso III. Em 1320, pertencia ao bispado de Tui (Terra de Valdevez) e no "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, pelos anos de 1320 e 1321" foi taxado em 200 libras, a mesma quantia que o vizinho mosteiro cisterciense de Santa Maria do Ermelo. O abade gozava de muitos privilégios e de ampla jurisdição dentro do couto, mas a comunidade foi sempre pouco numerosa, constando normalmente de apenas três monges e o abade. No tempo de frei Melchior de São Gregório, tinha quatro religiosos, entre os quais o abade, que apresentava no seu triénio um monge sub-diácono para curar as almas da freguesia. O Mosteiro tinha a renda anual de seiscentos mil réis, incluindo a dizimaria da freguesia. O edifício podia acolher oito monges. As irmandades do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário, das Almas, de São Bento, do Nome de Deus, de São Sebastião estavam erectas nas capelas colaterais e do corpo da igreja do Mosteiro. Na freguesia do Mosteiro havia ainda as capelas de Nossa Senhora dos Remédios, de Santo António, do Apóstolo São Tiago, cuja administração e fábrica pertencia a seculares.A crise geral dos séculos XIV e XV atingiu de tal forma este mosteiro que, em 1417, não havia aí nenhum monge. O mosteiro ficou na posse de abades comendatários entre 1495 e 1588. Em 1549 não tinha monges. A Congregação de São Bento tomou posse do Mosteiro por renúncia de Pedro Dias Carreiro, último abade comendatário. O primeiro abade trienal foi eleito em 1599. Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Localização / freguesia: Miranda (Arcos de Valdevez, Viana do Castelo)
Custodial history
A toda a documentação dos cartórios de mosteiros ou conventos custodiados pela Repartição da Fazenda de Viana do Castelo foi atribuída uma numeração sequencial. Desta fase de custódia resultou a designação genérica de "Conventos de Viana" por que passaram a ser conhecidos.Mais tarde, foram transferidos para a Inspecção Geral das Bibliotecas e Arquivos Públicos, em virtude do art.º 6.º do Decreto de 29 de Dezembro de 1887 e do ofício da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais, de 31 de Outubro de 1889, sendo incorporados no Arquivo da Torre do Tombo, em 5 de Maio de 1890.A documentação foi sujeita a tratamento arquivístico, no final da década de 1990, empreendido por técnicos da Torre do Tombo e por investigadores externos. Em Outubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas. Desta intervenção resultou o facto de cada ordem religiosa passar a ser considerada como grupo de fundos, e simultaneamente como fundo, constituído a partir da documentação proveniente da casa-mãe ou provincial, alteração esta que provocou a alteração de cotas nos fundos intervencionados.Foram constituídas séries documentais segundo o princípio da ordem original sempre que possível (com base em índices de cartórios quando existentes), correspondendo à tipologia formal dos actos, e que, na generalidade, é documentação que se apresenta em livro. A documentação que se encontra instalada em maços foi considerada como uma colecção ao nível da série, com a designação de 'Documentos vários', não tendo sido objecto de intervenção.Este projecto deu origem à publicação da monografia designada 'Ordens monástico-conventuais: inventário', com a coordenação de José Mattoso e Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha.
Content and structure
Scope and content
Contém actas de capítulos, sentenças, tombos de propriedades, registo de prazos, livros das fornadas de trigo e de pão de segunda, registo de despesa das obras do mosteiro, livros de louvações sobre o exercício de direitos senhoriais no couto, cartas de doação, de arrendamento, de privilégio, inquirições, cadernos relativos à administração da sacristia, depósito, dispensa, fornadas, recibo e gasto, entre outros.Fundos Eclesiásticos; Ordem de São Bento; Masculino
Arrangement
Organização em séries documentais correspondendo à tipologia formal dos actos.
Access and use
Other finding aid
ARQUIVO NACIONAL DA TORRE DO TOMBO - [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha]. Lisboa: ANTT, 2000- . Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência da Torre do Tombo. Em actualização permanente.MATTOSO, Fr. José - "Documentos beneditinos da Torre do Tombo". Lisboa: [s.n.], 1970. Sep. de "Lusitania Sacra", 8. Exemplar disponível no Serviço de Referência do IAN/TT: (L 285 A) p. 245-248.Relação de todas as casas religiosas extintas ou suprimidas no Continente que foram compreendidas nos mapas das alfaias preciosas que subiram ao conhecimento da Câmara dos Deputados, em 6 de Fevereiro de 1840. Conventos diversos, cad. 2, Lisboa-Xabregas (C 282) f. 20-20v. Estão organizados por entradas de topónimos, apresentam o nome da casa ou a sua invocação, o número de inventário de extinção. Podem ainda indicar o documento e a data da extinção, bem como o estado do edifício nesta data, ou, mais raramente, em que convento se fez a incorporação dos bens do convento extinto. Relação dos livros e documentos vindos da Repartição de Fazenda de Viana do Castelo, de 20 de Dezembro de 1889, recebidos na Torre do Tombo, em 5 de Maio de 1890 (L 282)."Tabelas de correspondência entre os números de ordem antigos referentes ao índice L 282 - "Conventos de Viana" e a nova ordem atribuída", Outubro 1990 (L 552). INSTITUTO DOS ARQUIVOS NACIONAIS/TORRE DO TOMBO - "Ordens monástico-conventuais: inventário: Ordem de São Bento, Ordem do Carmo, Ordem dos Carmelitas Descalços, Ordem dos Frades Menores, Ordem da Conceição de Maria." Coord. José Mattoso, Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha. Lisboa: IAN/TT, 2002. XIX, 438 p. ISBN 972-8107-63-3. (L 615) p. 37-41.
Associated documentation
Related material
Portugal, Arquivo Distrital de Braga.Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, cx. 2237, inv. n.º 258.
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