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O Convento de Nossa Senhora da Conceição de Beja era feminino, e pertencia à Ordem dos Frades Menores, e à Província dos Algarves.Em 1459, foi fundado e concedida licença para a sua instituição por dois breves de Pio IIFoi erigido junto ao Palácio dos Infantes, no centro da cidade, a partir de um recolhimento de terceiras seculares (mantelatas), ou segundo frei Manuel de São Caetano Damásio, de um grupo de emparedadas.O convento começou a ser construído por iniciativa do duque de Beja, o infante D. Fernando (irmão de D. Afonso V) e de sua mulher D. Beatriz, primeiros duques de Beja e pais de D. Manuel.Em 1461, recebeu o oratório de Santa Vitória.Em 1463, já as terceiras tinham feito profissão na Ordem de Santa Clara.Parece, contudo, que as obras foram bastante demoradas, sendo a parte conventual particularmente morosa. Em 1469, o convento encontrava-se praticamente concluído, recebeu a invocação de Nossa Senhora da Conceição de Maria Santíssima, e a regra urbanista, como se mostra na bula de 21 de Dezembro desse ano, concedida pelo papa Paulo II.A data de entrada das monjas no cenóbio aconteceu em 1473, mas doze anos depois registou-se a presença do arquitecto João de Arruda como supervisor dos trabalhos e só nos inícios do século XVI é que se terminou o dormitório das monjas.A infanta D. Beatriz iniciaria, simultaneamente, o processo para tentar vincular a comunidade à direcção dos observantes. Mas, em 1473, os observantes franciscanos recusaram essa proposta. Só em 1482, aceitaram o encargo, recebendo da duquesa de Beja, o compromisso de edificar um oratório para os frades, que incluiria a igreja e outras dependências.Em 1483 ou 1484, recebeu a Igreja de Belas, na diocese de Lisboa. Apenas em 1489, como resultado de uma intervenção pontifícia, começaram os observantes a habitar o oratório de Santo António de Beja, dando orientação e assistência espiritual às clarissas. Foi assim a primeira comunidade a passar à observância, mas não chegou a adoptar a Primeira Regra de Santa Clara, como tinha sido propósito dos fundadores. Em 1505, por intervenção da duquesa de Beja levou a que, apesar da direcção observante, o convento se tenha tornado em panteão da família ducal. Em 1533, passaram à obediência da Província dos Algarves.Na segunda metade do século XVII, professou no convento a soror Mariana Alcoforado, autora das "Cartas portuguesas".Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Em 1892, foi extinto por falecimento da última religiosa.Com o fim das ordens religiosas o convento entrou em decadência e esteve à beira da ruína. Em 1895, foi demolido o Paço dos Infantes, que se encontrava anexo ao convento, e parte da área conventual. Nessa ocasião foi possível reconstruir parcialmente o convento.Localização / freguesia: Santa Maria da Feira (Beja, Beja)
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