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José Francisco David Ferreira foi diretor do Laboratório/Departamento de Biologia Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), «encarregado de apresentar um plano para a formação de um Laboratório de Microscopia Eletrónica», logo em 1961, membro da «Comissão técnica» para a construção do Centro de Biologia do IGC, em 1962, tornando-se, a partir de 1966, membro do Conselho de direção e sub-diretor deste organismo. No presente conjunto documental, os aspetos associados à instalação e apetrechamento, bem como à gestão corrente do IGC (recursos humanos, equipamentos, projetos de investigação), são ilustrados desde a sua génese. Assim, conservam-se as "memórias descritivas" que David Ferreira produziu na planificação do Laboratório de Microscopia Electrónica, com indicações de requisitos técnicos, materiais e humanos, orçamentos, e informações internas relacionadas com o mesmo processo. É igualmente documentada a chegada e a instalação do novo microscópio eletrónico Siemens, em 1965, processo que David Ferreira acompanhou, interrompendo o estágio que vinha efetuando no National Cancer Institute de Bethesda (EUA). Circunstância bem documentada é a inauguração oficial do Centro de Biologia (CB), a 20 de julho de 1967, assinalada nos convites endereçados a diversas personalidades de ciência, nacionais e estrangeiras, na correspondência, nos discursos proferidos bem como na publicação de uma edição comemorativa com conceção gráfica de Sebastião Rodrigues e fotografias de Mário de Oliveira. Inclui, igualmente, as missivas de personalidades como Orlando Ribeiro, Rui Grácio ou Francisco de Paula Leite Pinto (recém-empossado no cargo de administrador do pelouro da ciência da FCG), a par de recortes de imprensa, programas e listas de convidados. Da mesma época, somam-se diversas versões anotadas dos Estatutos, da orgânica e de outros regulamentos internos. Para além da documentação mencionada, a presente unidade de instalação inclui, ainda, a planta do complexo edificado, currículos de membros da equipa do LBC (José Carlos Martins Lemos, Artur Bandeira Geraldes, Zilda Perdigão Henriques da Gama Carvalho, João Manuel de Vasconcelos Costa, Lucinda do Carmo Conceição Rodrigues Maria da Mata), ou de candidatos proponentes a estágios ou estadias no CB, listas de publicações, resumos e planos de investigação, relatórios, apontamentos manuscritos da autoria de David Ferreira ou de Karin Ferreira que fora técnica especializada em microscopia do mesmo laboratório. No seu todo, a documentação permite acompanhar a evolução institucional do IGC, do Centro de Biologia e dos seus laboratórios, as mudanças sofridas no seu modelo de gestão, entre os anos 70 e os anos 90, período que corresponde à permanência de David Ferreira à frente do LBC. Neste ciclo temporal, é possível acompanhar o momento crítico de avaliação externa a que o IGC foi submetido em 1977, bem como a orientação que a FCG entendeu conferir àquela entidade, nomeadamente, com o investimento no ensino pós-graduado.