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Identification
Description level
D
Reference code
PT/AMVDG/VMPB/A/000009
Title
Procissão - Cerimónia de abastecimento de água à Vidigueira
Holding entity
Arquivo Municipal da Vidigueira
Initial date
1890
Final date
1890
Dimension and support / Extents
Digital de Cópia de original
Content and structure
Scope and content
Procissão – Cerimónia de inauguração do abastecimento de água à Vidigueira (Bica da Cascata). A imagem de Nossa Senhora das Relíquias foi trazida da Igreja do Carmo para benzer as águas. Fotografia captada a partir da Bica da Cascata em direcção à procissão que se encaminhava para esta, sendo visível, ao centro, o andor que transportava a imagem de Nossa Senhora das Relíquias. Presença de muitos populares na rua e às janelas a assistir à cerimónia religiosa. A rua ou largo estava ornamentada com uma espécie de mastros envoltos com vegetação e encimados por bandeiras, sobressaindo, ao fundo uma espécie de arco decorativo.Na monografia “Vidigueira e o seu Concelho” de José Palma Caetano, surgem desenvolvimentos a este respeito que passamos a transcrever: «O do abastecimento de água era dos mais importantes para a vila. Discutido na sessão de 3 de Março, houve alguns pareceres contrários, mas a proposta acabou por ser aprovada, tendo-se decidido contrair para isso um empréstimo de 6 contos de réis. As respectivas obras começaram em Junho, e em Março do ano seguinte a Câmara preparava já a cerimónia da inauguração desse melhoramento, resolvendo trazer da Igreja do Carmo a imagem de Nossa Senhora das Relíquias, a fim de se proceder à bênção das águas. Diz-se que nas festas da inauguração as águas correram ininterruptamente durante três dias. E afirma-se também que os Pulidos nunca utilizaram essa água, bebendo a da sua Quinta de S. Lázaro. As águas então canalizadas para a Vidigueira vinham da Serra do Mendro e as respectivas nascentes foram cedidas pela família Barahona, que se contavam entre os maiores latifundiários do concelho e, segundo consta, era também contrária ao projecto». Nota: A rivalidade entre regeneradores e progressistas fez-se sentir também de maneira aguda na Vidigueira, tendo os primeiros como expoente a família Pulido e os segundos o visconde da Ribeira Brava. A essa rivalidade partidária e ideológica acrescia ainda a circunstância de os Pulidos constituírem uma antiga família vidigueirense, que produziu alguns homens notáveis, mesmo a nível nacional, enquanto Ribeira Brava era por assim dizer um «estranho» - como muitas vezes lhe chamaram –, que veio parar à Vidigueira por ter casado com a filha de D. José Gil, o proprietário da Quinta do Carmo, que o visconde depois herdou e onde, por isso, estabeleceu a sua residência. A animosidade e as contendas – em que se misturavam paixões políticas e interesses de vária ordem – entre o visconde e os Pulidos ficaram célebres na vila.
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