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Negativo. Taça camoneana e Salva République Française , de António Maria Ribeiro, por Fotografia Guedes
Identification
Description level
D
Reference code
PT/AMM/AMR/FT/NG01/088
Title
Negativo. Taça camoneana e Salva République Française , de António Maria Ribeiro, por Fotografia Guedes
Holding entity
Câmara Municipal de Mafra; Arquivo Histórico Municipal de Mafra
Initial date
1920
Final date
1929
Dimension and support / Extents
23,8x17,8 cm
Content and structure
Scope and content
Negativo fotográfico em vidro representando uma montagem feita com a Taça Camoneana, a salva République Française e uma Vitória trabalhada em vulto, ostentando um ramo de oliveira e uma espada. A peça denominada "Taça Camoneana", taça em estilo neomanuelino, da autoria do escultor cinzelador António Maria Ribeiro, foi executada ainda na Fábrica de Pratas Casa Reis & Filhos, no Porto. Tem grande base decorada com escudos de armas, apresentando em relevo e trabalhadas em vulto, cenas mitológicas marítimas (sendo visível uma série de sereias e Neptuno). Sobre quatro colunas assentes num plinto pode ver-se uma figura humana que sustenta uma esfera armilar coroada com a cruz de Cristo. Os bordos da taça estão decorados com embarcações e escudos intercalados por elementos de micro-arquitectura. Segundo Teresa Trancoso, esta peça é "revestida de toda a simbologia presente nos Lusíadas. Ao suporte em mogno, que prolonga os contornos da própria taça, estão agregadas as armas de D. João I, do Infante D. Henrique, de D. João II e de D. Manuel I, em prata, e ainda as armas da cidade do Porto. A base da taça representa o mar, repleto de figuras mitológicas, como Vénus e Neptuno, os ventos mitológicos Bóreas e Noto, as cabeças de Júpiter e Baco, nereidas e tritões. O bojo, profusamento neomanuelino, encontra-se decorado com pequenas caravelas circunscritas entre frisos de arcarias neomanuelinas e escudos. Novamente surgem duas figuras humanas em representação dos rios Ganges e Indo, que, carregando cada uma delas uma esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo, compõem as asas da taça" (Trancoso, 2009, p.105). Através da informação contida no cartão secundário relativo a fotografia deste mesma taça (PT-AMM-AMR-FT-PR02-022), sabe-se que a peça aqui representada, foi oferecida ao Marechal Foch pela cidade do Porto encontrando-se em exposição no Museu dos Troféus da Grande Guerra em Paris, e que se trata de uma fotografia da Casa Guedes. A salva em prata ostenta representação do busto da figura feminina "República" e de figura alada, numa alegoria à Liberdade, no medalhão central, com a legenda "Republique Française Génie de la Liberté" a anteceder a orla, a qual é composta pela representação das armas de Paris, duas cartelas com o monograma RF (Republique Française) e uma "cartela sem inscrição, andorinhas e abelhas em alegoria ao bem comum e ao trabalho" (Trancoso, 2009, p.118), também da autoria do escultor cinzelador António Maria Ribeiro. Foi também oferecida ao General Foch, em Paris, conforme informação escrita no cartão secundário de prova fotográfica existente neste espólio (PT-AMM-AMR-FT-PR02-072). Em relação a esta, a Salva já surge com a inscrição "Gloire à toi, ma France!" gravada no anel entre a orla e o fundo. As peças foram fotografadas em cima de uma mesa circular coberta com tecido negro sobre fundo negro composto por tecido armado para o efeito, vendo-se por trás parte da sala (Casa Reis). A Casa Reis foi fundada em 1880, no Porto, por António Alves Reis, tornando-se mais tarde na Casa Reis & Filhos, depois de os seus 2 filhos, Serafim e Manuel Reis, enveredarem pelo mesmo ofício. Trabalhava sobretudo para Portugal e Espanha. Em 1893, a Casa Reis & Filhos recebeu o título de ourives honorário da Casa Real Portuguesa. Apostou muito no profissionalismo, preparando muito bem os seus artifices e colocando profissionais muito competentes na direcção. Participou na organização dos I e II Congressos de Ourivesaria Portuguesa, em 1925 e 1926, integrando respectivamente a Comissão de Honra e a Comissão Nacional. Ao nível do tipo de produção, especializou-se em peças revivalistas, neogóticas e, sobretudo, neomanuelinas, religiosas e civis, com maior destaque para as de carácter historicista, em particular as que foram executadas por António Maria Ribeiro que, pelo menos desde 1915, já lá trabalhava, vindo a ser o seu director artístico durante muitos anos. Participou em inúmeras exposições nacionais e internacionais. Aquando da Grande Exposição Industrial Portuguesa em Lisboa, em 1932, já António Maria Ribeiro tinha as suas próprias oficinas de cinzelagem e fundição. A partir da década de 40', as referências à sua actividade começam a rarear, tendo cessado a mesma por essa altura (Trancoso, 2009, pp.51-55).
Access and use
Language of the material
por, spa
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