OFÍCIO da câmara da ilha de São Tomé, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar, visconde de Anadia, D. João Rodrigues de Sá e Melo] a informar que o atual governador, Luís Joaquim Lisboa, vendo a miséria e decadência em que se acha a colónia, sem lavoura, nem comércio, causado pelo seu antecessor, Gabriel António Franco, consente e protege a compra de escravos aos lavradores das ilhas, que são transportados numa embarcação, cujo dono, dizem que tem como sócio, o governador; queixam-se que os cargos e os postos só duram enquanto os governadores estão ao serviço e que chegando outro são desprovidos; participa que até os Príncipes do Gabão, não consentem a entrada das embarcações destas ilhas nos seus portos, sendo bem recebidas no tempo do governador, João Baptista e Silva.