OFÍCIO do governador de São Tomé e Príncipe, coronel de Artilharia Gabriel António Franco de Castro, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] visconde de Anadia [D. João Rodrigues de Sá e Melo] sobre as desordens e procedimentos das tripulações das embarcações do negociante da Corte, José António Pereira, a saber: roubo ao morador João Viegas de Abreu da sua embarcação em Cabo de Lopo, resultando vários feridos na sua tripulação, um morto e quatro prisioneiros; desatinos do feitor, Camacho e dum seu sobrinho, que se arrojou a prender um filho do Rei do dito Cabo e dois vassalos livres, conduzidos ao Brasil a fim de serem vendidos; estas desordens são muito nocivas e já há cerca de 100 anos que o Reino perdeu o porto da costa no Camarão, tendo aqueles povos declarado os portugueses seus inimigos, sendo aproveitado pelos ingleses, que o utilizam tirando a flor dos escravos; pede que sejam emitidas as ordens necessárias para o Maranhão ou para onde se encontrem estes homens, para que não sejam vendidos e sejam restituídos, pois de contrário serão graves os prejuízos aos Reais Interesses.