OFÍCIO do bispo de Angola, D. Luís [de Brito Homem], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [João Rodrigues de Sá e Melo], a remeter uma representação e respetivos anexos, de Frei Bernardo Maria de Cannecattim, capuchinho italiano, missionário do Bengo e ex-Perfeito das Missões de Angola e Congo, a expor que tendo feito durante 21 anos, importantes serviços à Religião e ao Estado e tendo sofrido graves moléstias, foi obrigado a voltar ao Reino, porém, o atual bispo de Angola não lho consentiu sem que o suplicante em primeiro lugar, se demitisse da igreja do Hospício do Bengo, uma das Missões que foi por si governada por longo tempo; pede a expedição de ordem ao novo governador de Angola, ainda na Côrte, para que quando tomar posse do seu governo, informe circunstanciadamente o mesmo requerimento; queixa-se da violência sofrida e da manifesta usurpação das casas religiosas das Missões, e mais que tudo o bem espiritual dos fiéis, que sofrem com a falta de ministros apostólicos; tudo isto são motivos urgentes que exigem prontas e eficazes providências do Trono, a que assiste a Justiça e a Religião.