OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Manuel Vieira de Albuquerque e Tovar, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a queixar-se dos ofícios insultuosos que o bispo lhe dirigiu, aos quais dará resposta nos documentos que irão ser remetidos pela fragata "Vénus"; informa que o motivo de tantos insultos, é o Bando que mandou publicar em 3 de Junho de 1820, no qual nada mais fez do que recomendar novamente as ordens dos seus antecessores, acrescentando ter-lhe constado o escandaloso abuso a que tem chegado o modo de batizar os escravos das remessas, os quais chegando na véspera da sua saída, são batizados no mesmo dia, chegando a tal ponto, que a bordo do bergantim "Luís", ali foram batizados, servindo-lhes de caldeirinha de água, uma gamela em que tinham acabado de dar comida aos porcos; o motivo principal da queixa do Bispo, é a falta de receber 150 réis por cada preto que se embarca sem ser batizado; desenvolve o assunto, enumerando os vários insultos sofridos e da necessidade de se desmascarar um hipócrita ambicioso; participa que a sua saúde piorou, devido a estes insultos e às petulâncias do capitão-mor das ordenanças, o qual se aliou ao bispo. See original record