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OFÍCIO do Bispo de Angola, Frei João [Damasceno da Silva Póvoas], ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], sobre a proibição da saída de navios, sem levarem a bordo capelães; na realidade quase todos os navios vêm sem capelão e na colónia não existe quem o possa suprir; pede novas providências, propondo que não saia navio algum sem uma certidão do ordinário, uma do general e outra do ouvidor, impondo-se graves penas aos mestres, para não acontecer que despachando-se lá o navio com capelão, o mestre o lance em terra fora da barra, como é usual; sobre aa Leis que proíbem a saída de escravos sem serem catequizados e batizados; alerta para os roubos feitos à Fazenda Real, que é o imenso extravio de escravos para bordo dos navios espanhóis, que aqui chegam continuamente, com supostas arribadas; participa que em 9 meses, saíram cerca de 4 mil escravos, vindo S.M. a peder os seus direitos; disto decorre também, um gravíssimo prejuízo para o Brasil, tanto pela demora e grandes dispêndios que aqui têm as embarcações, como pelo alto preço a que lá chegam os escravos; propõe que a escuna que aqui se encontra, cruze ao longo da costa, assim que saia algum navio espanhol e que se armem duas lanchas para vigiarem as praias onde se desconfia que se embarcam os escravos, a fim de serem surpreendidos e confiscados, impondo-se as penas de contrabandistas aos vendedores.
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