OFÍCIO do Intendente Geral da Polícia da Corte e do Reino, Diogo Inácio de Pina Manique, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Visconde de Anadia [JoãoRodrigues de Sá e Melo], a remeter os autos que se fizeram ao réu, frei Luís de Santa Helena, religioso franciscano da ilha da Madeira, que andava apóstata, vestido à secular e associado com uma quadrilha de ladrões, a qual, em 30 de Junho de 1801, roubou um dos navios do comboio inglês, denominado "Mercúrio"; descreve os acontecimentos; este réu juntamente com o italiano, Francisco Fidel, acabaram por serem presos, tendo o governador de Gibraltar, Carlos Oara, os remetido por uma embarcação portuguesa; informa que encarregou o corregedor do bairro de Alfama, António Correia Picanço, de proceder a uma devassa à vista dos autos que lhe foram enviados pelo dito governador; parece-lhe que o italiano deverá ser condenado às galés por alguns anos, e o eclesiástico, enviado para um dos presídios do sertão de Angola, onde acabe os seus dias, porque pela reincidência se vê que é incorrigível; participa que os réus aguardarão nas cadeias do Limoeiro, esperando pelo seu destino final.