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OFÍCIO do administrador da urzela, Manuel António Martins, ao secretário de estado da Marinha e Ultramar, conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros], sobre: informa que há um ano que não existe comunicação alguma, tendo cessado as remessas da urzela, por receio de sinistro do navio que a conduza; o bergantim Dois Amigos encontrava-se carregado de urzela pronto a seguir para Lisboa, em Janeiro de 1832, quando a este porto chegou um navio brasileiro vindo da ilha de São Miguel, trazendo notícias de ali andarem corsários que atacavam os navios portugueses, o que se verificou com a sua escuna Prudência, vinda do Maranhão, que foi apresada; achou prudente descarregar o navio, esperando por algum navio inglês para conduzir a carga; chegada de um iate à ilha do Fogo vindo da ilha da Madeira, que se encontra bloqueada, dando a notícia de terem ali chegado tropas enviadas por El Rei Nosso Senhor; explicita a situação do envio ou não da urzela, e afirma a sua conduta, tendo sómente em conta os interesses da Fazenda Real e não os seus particulares; informa da seca medonha que tem atacado as ilhas, trazendo consigo uma fome geral e tendo morrido os gados por falta de pastos, prinicipiaram também a morrer os seus habitantes, atingindo a mortandade cerca de 30 mil indivíduos; participa que se não fossem os auxílios remetidos pelos Estados Unidos da América, já não existiria um terço da população; remete um mapa dos mantimentos enviados para a ilha da Boavista, tendo-os feito distribuir pelas restantes ilhas; a produção da urzela na ilha de Santo Antão onde era a mais abundante, de 1000 a 1200 quintais o ano passado, não chegará a 300 quintais, este ano.
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