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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros] a informar o requerimento em que o Dr. Manuel José Vilela, físico-mor da capitania, pede licença para se recolher ao Reino, a saber: confirma que em 3 anos de serviço, o físico-mor tem estado quase sempre doente devido ao clima doentio; não o autorizou a voltar ao Reino para se curar, porque não conhece Lei, Ordem ou Instrução que o autorize a licençiá-lo; em consequência, o suplicante exigiu ser examinado pelo cirurgião do bergantim São Boaventura, de que remete a certidão daquele facultativo; há nesta iha um cirurgião de nome, Manuel Dionízio Furtado, que foi cirurgião-mor da capitania, tendo sido reformado no governo do seu antecessor; exerceu sempre o seu mister com crédito e boa aceitação, tendo trabalhado com o suplicante na maior harmonia; por desavença privada entre eles, o físico-mor intimou-o oficialmente para lhe apresentar as suas Cartas de Habilitação de cirurgião, não obstante a sua categoria de cirurgião-mor, reformado por Decreto Régio; a este último, foi-lhe deferido o seu pedido de dispensa do serviço, apesar disto, o físico-mor atreveu-se a ordenar a captura do cirurgião na prisão pública desta ilha, faltando ao respeito ao governador e ofendendo gravemente o sagrado da Lei, porque a jurisdição que ele quis arrogar, foi a de comissário delegado do físico-mor do Reino, de que não tem nomeação; o regresso do suplicante ao Reino não prejudica o Real Serviço, pois está inabilitado para isso; informa da absoluta necessidade que lhe suceda outro facultativo e também um cirurgião-mor para a tropa; ordenados a pagar; é muito oneroso ao comércio desta ilha e da ilha da Boavista, o emolumento de 4800 réis que paga cada navio pela visita de saúde, feita pelo físico-mor ou por cirurgiões, porém, muito mais oneroso e repugnante, é na ilha do Maio onde não há cirurgião algum e onde afluem anualmente cerca de 50 a 60 navios, para o comércio do sal, o pagamento daquela ociosa visita.
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