OFÍCIO do governador de Cabo Verde, Caetano Procópio Godinho de Vasconcelos, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Carlos Honório de Gouveia Durão, sobre: as circunstâncias em que se encontrava a curveta de guerra Princesa Real, por falta de pessoas que custeassem a sua manutenção e consertos, aqui impraticáveis por falta de sobrecelentes; estando exausto o Cofre da Fazenda Pública da província e sem meios para pagar o pret à tropa, um só recurso lhe restava, convidar o negociante, Manuel António Martins, administrador da urzela, para o suprimento da curveta, sendo pago por via de letras sacadas sobre o Arsenal Real da Marinha, por ser este negociante, o único da província que pelos seus bens e amplo giro do comércio, estaria em condições; na resposta, o negociante participa que deixa de prestar o proposto fornecimento, por ter tido no Brasil e em Portugal, grandes impates de propriedade; assim, torna-se impossível a conservação da curveta nas ilhas, pois podia vir a sofrer de qualquer funesto sucesso, como por exemplo, ser atacada por qualquer vazo armado de bandeira inimiga.