Document preview
My List
Browse
Search title on

OFÍCIO do administrador da urzela, Manuel António Martins, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar] conde de Subserra [Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real], sobre: envia cumprimentos e congratula-se efusivamente com as mercês que lhe foram concedidas; achou Cabo Verde no mais deplorável estado, por falta de meios à disposição do governo, para os indispensáveis pagamentos da tropa e mais empregados públicos, tendo sido lançado mão da urzela, como único recurso que lhe restava; elogia o incansável governador, que pelos seus bons modos, política e habilidade com que se dirige, deixando até de receber os seus soldos; ele próprio adiantou 30 contos de réis, mas não pode continuar com tais empréstimos por ter que suprir as administrações da compra da urzela; o rendimento de toda a província, sem esperanças de aumento, é de 24 contos de réis, e a despesa de 80 contos de réis; o abandono que Portugal tem feito desta província, por causa desse ingrato Brasil, onde propôs o estabelecimento de uma Companhia de Pescaria, no Rio de janeiro, em 1816; os governos da Inglaterra e Estados Unidos, dão prémios aos primeiros organizadores de novos estabelecimentos; os americanos vêm a estas ilhas com pequenas embarcações, pescar baleias espermacetes, que de cada cabeça tiram mais de 8 pipas de cera, de que fazem as velas, das quais remete 10 caixas para amostra; desta mesma cera, se tirão mais de 20 ou 25 pipas de bom azeite, que usam em suas casas e de que fazem fino sabão, que nos vendem por bom dinheiro; este é um interessante ramo de comércio obtido nos nossos mares e por nós desprezado. See original record