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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, coronel, João da Mata Chapuzet, ao [Conde de Subserra] Manuel Inácio Martins Pamplona Corte Real, sobre: para evitar os contrabandos que se fazem constantemente nesta ilha, pelos navios que aqui aportam com grave prejuízo da Fazenda Real, dispôs os guardas que achou necessário nas praias e deu ordens para não deixar embarcar ou desembarcar coisa alguma, depois do Sol posto; aconteceu porém, que indo a bordo de um navio americano, Samuel Hodges Júnior, auto intitulado cônsul da América Inglesa, e voltando depois do Sol posto, um guarda se opôs as seu desembarque; reagiu e saltando em terra, quis agredir a sentinela, tendo sido preso e conduzido ao quartel general; mandou-o soltar, tendo trocado correspondência; mandou tirar uma devassa ao desembargador ouvidor-geral da província, a qual remete; posteriormente chegou a ratificação de S.M. Fidelíssima para o dito cônsul, e imediatamente o reconheceu como tal, tendo a partir daí reinado a normalidade; porém, declara que este cônsul mesmo antes de ser reconhecido por S.M., fazia um contrabando e monopólio extraordinário, de tal maneira que no tempo dos seus antecessores houveram gazetas inglesas, que disseram que Cabo Verde era governado pelo dito cônsul; o cônsul tem um grande mastro nas casas em que habita, no qual arvora a bandeira americana todos os dias de festa e pela entrada de todos os navios, de maneira que na capital de Cabo Verde tremulam duas bandeiras, a portuguesa e a americana, o que considera inapropriado; este é o único cônsul de nação estrangeira existente em Cabo Verde, tendo um seu delegado, na ilha do Maio. See original record