OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a remeter cópia do ofício do comandante desta praça e um mapa da sua guarnição e fortificação; por estes documentos se vê o estado deplorável em tudo se encontra, sendo necessário tomar enérgicas providências; restauro e aumento de uma antiga bateria seguindo as restantes; remete cópia de uma relação inclusa de efeitos necessários para a edificação dos quartéis; quanto à tropa que guarnece esta ilha e as praças de Bissau e Cacheu, só existe de nome, pela absoluta falta de disciplina e de ensino militar, fazendo uma horrorosa despesa anual, como se vê pelo mapa incluso; propõe a formação de um batalhão de artilheiros fuzileiros, com a tropa necessária e para poupar a Fazenda Real; desenvolve a proposta; não pode remeter o mapa dos efeitos existentes nos armazéns, porque não existe livro de receita e despesa, tendo mandado fazer um inventário; existem 72 barris de pólvora, 15 caixas de balas de espingarda, muito correame para a infantaria e a cavalaria, quase todo destruído; quanto aos outros ramos da administração pública, reinava igualmente uma falta de método, economia e um absoluto serviço negativo; não havia Livro Mestre da Vedoria para as mostras mensais da tropa, nenhuma inspecção, nem escrituração nas despesas do hospital e nas outras despesas extraordinárias; pelo incluso extracto das sessões desta Junta da Fazenda Real, verá o que se tem podido providenciar; remete também, a cópia das instruções que deu ao novo administrador da urzela, Manuel António Martins.