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OFÍCIO do governador de Cabo Verde, António Pusich, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], conde dos Arcos [D. Marcos de Noronha e Brito], a informar que achando-se fundeada no porto da ilha da Boavista, uma escuna espanhola denominada Galga, cujo capitão é João Cassanhas e que ia para o tráfico da escravatura, sucedeu um levantamento a bordo causado pelos marinheiros, que fugiram com a mesma; à vista da ilha do Maio, foi combatida e apresada por um bergantim, o qual atravessou à boca do porto da mesma ilha, trazendo à popa bandeira americana e à proa bandeira portuguesa; foram enviados para terra 24 homens da guarnição da dita escuna, sendo entregues ao comandante da ilha como piratas; desconfia que o bergantim era corsário dos insurgentes, pela informação de um capitão de um navio americano; ordenou ao desembargador ouvidor-geral, que formalizasse o competente processo criminal relativo aos marinheiros presos, para conhecimento dos réus cabeças do levantamento e roubo; informa que amiúde aparecem nestes portos navios americanos com bandeira espanhola com o pretexto do tráfico da escravatura, estes navios vêm uns despachados de Havana, outros do norte da América, particularmente de Baltimore e Nova Orleães, sendo os seus principais armadores, D. Pedro e D. António Frias, negociantes de Havana, que se acham munidos com uma simples licença dos seus Cônsules. See original record