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CARTA do (governador e capitão-general da capitania) de São Paulo Martim Lopes Lobo de Saldanha para (D. Maria I), na qual expõe as razões que levaram o seu antecessor D. Luís Antônio de Sousa (Botelho Mourão, morgado de Mateus) a prover Antônio Correia Pinto no posto de capitão-mor regente da vila de (Nossa Senhora dos Prazeres) das Lajes, sem prévia nomeação da Câmara. Tinha-o escolhido para explorar, à sua custa, os sertões de (Nossa Senhora das Lajes dos Pinhais) de Curitiba até a fronteira do Rio Grande de (São Pedro) do Sul. Persuadiu-se o general que esta nomeação devia ser sua, conforme as ordens que tinha da Secretaria do Estado (dos Negócios de Marinha e Domínios Ultramarinos), e por isso lhe mandou passar a referida patente sem nomeação de Câmara da (vila de Nossa Senhora das Lajes dos Pinhais de) Curitiba, por estar preenchido o posto de capitão-mor da mesma vila. Antônio Correia Pinto tem libertado aqueles sertões de malfeitores, , abriu estradas, fundou a vila (de Nossa Senhora dos Prazeres) das Lajes, uma das mais progressivas da capitania, tendo gasto grande parte dos seus bens. Desta vila, recebe a Fazenda Real os rendimentos das passagens de dois rios e dos quintos dos couros que a extraem para a (vila de Santo Antônio dos Anjos) de Laguna. Como a vila das Lajes se encontra muito longe de (São Paulo) estes rendimentos têm sido administrados pelo mesmo capitão-mor, que se tem dedicado ao real serviço com o maior zelo como (o atual governador) observou nas expedições militares para a campanha do Sul. Com tudo isso pretende conseguir a confirmação de sua patente de capitão-mor regente da vila das Lajes, que ainda não conseguiu.
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