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CARTA do provedor da Fazenda Real de Santos, José de Godói Moreira a (D. José I) queixando-se da diminuição dos rendimentos da Provedoria daquela vila. Diz que vários contratos a ela pertencentes passaram para outras Provedorias por tal forma que mediante o parecer do governador general da capitania de São Paulo, D. Luís Mascarenhas, o Rei ordenou que, das sobras que houvesse na Provedoria de Goiás, fossem enviadas para a de São Paulo oito mil oitavas de ouro, correspondentes a trinta mil cruzados anuais. Quando o estado (sic) de São Paulo foi separado do de Minas, dois anos depois, deixou de cumprir-se esta determinação, o mesmo sucedendo com o de Cuiabá, que também foi constituído em capitania separada. Diz que, desde há cinco anos, a diminuição das rendas daquele almoxarifado é de mais de sessenta e cinco mil cruzados anuais devido ao acréscimo das suas despesas e que os outros contratos são tão pouco importantes que não chegam para pagar nem metade das despesas daquela Provedoria. Refere-se à ordem ao Rei que, por intermédio do Conselho e Mesa da Consciência, lhe foi transmitida para que ponha a lanço, as obras da nova Sé da cidade de São Paulo e da Casa da Residência dos bispos diocesanos e diz que nem sequer tem dinheiro para reparar as fendas enormes que há na capela-mor da matriz de São Vicente como também o não há, para edificar a capela de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, e como as despesas da Sé não são inferiores a oitenta mil cruzados não podem ser feitas por aquela Provedoria visto que vários contratos se pagam indevidamente a outras capitanias como o da pesca das baleias de São Sebastião que é pago ao Rio de Janeiro.
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