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CONSULTA do Conselho Ultramarino, sobre uma carta de 26 de junho de 1720, do ex-ouvidor-geral da capitania de São Paulo, Rafael Pires Pardinho, na qual dizia que, na sua passagem pelas povoações do sul, onde andou em serviço do seu cargo, julgou necessário informar (D. João V) dos navios estrangeiros que nelas tinham entrado, dizendo ser un deles de piratas e que afundara na barra de Paranaguá , com mais de duzentos mil cruzados em prata, ouro e peças, roubado nas Índias de Castela. Poder-se-ia aproveitar o lastro deste navio, composto de ferro e aço caso houvesse alguns vassalos que se quisessem encarregar deste trabalho, dando-lhe o Rei parte do valor que conseguissem tirar do fundo do mar. O procurador da Fazenda elogia a seção deste ministro e de parecer que, não só se lhe deve agradecer o seu grande zelo ao serviço, mas que, por meio de uma ajuda de custo, se lhe pague a despeza por ele feita com os franceses. Ao Conselho parece o mesmo, e, porque é evidente ter este ouvidor ido às povoações do sul, onde ainda nenhum tinha chegado, mostrando em tudo o seu grande zelo pelo serviço real, é justo lhe sejam dados mil cruzados de ajuda de custo, para pagar as despesas que fêz, e honras extraordinárias. No que se refere aos valores existentes no navio pirata afundado, é de opinião o mesmo Conselho que deve o Rei dar faculdade a seus vassalos para que possam tirá-los, dando-lhes metade do seu valor e revertendo o restante para a Fazenda Real. E sobre o que Pardinho expõe na sua carta, relativo à ilha de Santa Catarina, acha conveniente povoá-la, por ser um porto excelente e facilitar muito a navegação. See original record