OFÍCIO do [governador e capitão-general de Angola] D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Francisco Xavier de Mendonça Furtado dando conta que atrasara a saída da nau da Índia, São José e Conceição, por não dispor das pautas e ordens que lhe permitissem proceder à cobrança dos direitos alfandegários das fazendas vindas da Índia e ao registo de toda a fazenda embarcada para outros portos, evitando desse modo as irregularidades que se operavam no circuito percorrido pelas naus da Índia, referindo que tendo necessidade de instruções para o provimento de uma alfândega em Luanda solicitara ao marquês do Castelo Melhor há mais de um ano sem resultado; informando que não tendo competência jurídica para elaborar uma pauta aduaneira que regesse o porto de Luanda tivera muita dificuldade em lidar com os negociantes que reclamavam que nos portos da Bahia e da Índia beneficiavam de isenções; apesar disso tivera que despachar a nau tomando a iniciativa de obrigar os negociantes a embarcarem as suas fazendas sob fiança para acautelar a entrada de impostos para a Fazenda Real, pedindo por último ao rei que deliberasse sobre as medidas que tomara e que iam plasmadas nas portarias que emitira e as enviava para o efeito.