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CARTA do ouvidor geral das ilhas de Cabo Verde, João Gomes Ferreira, ao rei [D. José] sobre a queixa que o governador [Bartolomeu de Sousa e Brito Tigre] fez contra si por não ter procedido contra o coronel do Regimento da vila Praia, Manuel Semedo de Andrade, remetido com mais criminosos para Bissau por devassa militar que o mesmo governador mandou tirar pelo sargento-mor Manuel Tavares da Silva, por porte de armas proibidas; explicando as razões porque não pronunciou o coronel Manuel Semedo de Andrade, tendo por base os testemunhos tirados na inquirição sobre uns capítulos remetidos por ordem real a um preto da ilha de Santiago por nome, João Coelho; informando sobre os maus procedimentos do governador, [Bartolomeu de Sousa e Brito Tigre], do seu governo despótico e absoluto, perseguindo e prendendo extrajudicialmente oficiais de guerra e mais homens poderosos e de ter-se aliado aos três principais da terra, a saber o juiz Ordinário e provedor da Casa da Misericórdia, o coronel Manuel Gonçalves de [Carvalho] e seus dois cunhados, homens mulatos e sargentos-mores, João Freire de Andrade e Bartolomeu Rodrigues Soeiro, bem como a Leonor Moniz Tavares, de quem era amante, filha do falecido capitão Francisco Tavares de Mendonça e mulher do referido coronel, na causa provimento do capitão José Anastácio Freire, nos lugares do sargento-mor Manuel Fidalgo de Almeida e do escrivão Apolinário Moreira, indo contra ordens e provisões, pondo em causa as leis e regimentos; e queixando-se do governador, [Bartolomeu de Sousa e Brito Tigre], tê-lo suspendido de suas funções de ouvidor, o que o levou a refugiar-se durante 2 meses no convento dos religiosos de São Francisco, ficando parado as dependências dos sequestros da devassa da comissão de que tinham sido encarregados pela morte do ouvidor seu antecessor, João Vieira de Andrade. See original record