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CONSULTA (reformada) da Junta Geral das Missões ao rei D. Pedro II sobre as cartas do capitão-mor de Cacheu, António de Barros Bezerra, em que assegurava o bom estado daquela praça e a pacificação dos gentios, alertando para a decadência do comércio de Cacheu devido à presença de franceses e ingleses desde a costa da Guiné ao Cabo da Boa Esperança, impedindo os barcos dos moradores de Cacheu de chegar a Bissau, Rio Grande, Geba, Rio de Nuno, Bijagós e alguns portos de Serra Leoa para comerciar negros, marfim e cera; apontando como principais responsáveis o mercador francês João de La Fuente e o seu irmão, em virtude do contrato de comércio que tinham com o rei de França [Luís XIV]; informando que fizera um novo baluarte no Rio de Casamansa para maior defesa contra os franceses que ali iam por causa da cera; sugerindo que se não fosse possível revogar a licença de comércio do rei francês, se permitisse a entrada dos franceses em Cacheu para ai comerciarem e pagarem os direitos; a Junta aconselhou evitar conflitos armados com os franceses, sem lhes permitir entrada em Cacheu porque seria sinal de fraqueza; devendo-se proibir todo o comércio de estrangeiros em Cabo Verde e assim garantir que os reis vizinhos e os negros apenas adquirissem panos através dos portugueses; deveria o governador e capitão-general de Cabo Verde, Veríssimo Carvalho [da Costa], auxiliar o capitão-mor na defesa e obras da praça mostrando a força e a unidade dos portugueses; se tal fosse deliberado pelo rei seria escusado responder à queixa do feitor de Cacheu quanto à inutilidade das fortificações pedidas pelo capitão-mor, porque excedia as suas atribuições. See original record