CARTA do [governador e provedor da Fazenda Real das ilhas de Cabo Verde] Nicolau de Castilho ao rei [D. Filipe II] sobre a ordem régia para sequestrar a fazenda do contratador João Soeiro, existente nas ilhas de Cabo Verde, por conta das dívidas do contratador, e com ela pagar as ordinárias dos eclesiásticos e dos seculares, e para que não recebesse os ordenados de governador e provedor simultaneamente; referindo a necessidade de ordens para que nenhum navio partisse da Guiné para as Índias sem ir primeiro despachar à ilha de Santiago, devido ao prejuízo para a Fazenda Real e para Cabo Verde, e que ninguém assistisse ou morasse na Guiné sob pena de confisco de bens e perda de vida; dando conta da reedificação dos muros e baluartes e obras de fortificação de Santiago e da vila da Praia, da pacificação da ilha que encontrou revolta e com muitos bandos, do aumento de navios forasteiros pelo bom acolhimento e agasalho que recebiam, com ganhos para a Fazenda Real, do pagamento das ordinárias aos eclesiásticos e seculares, repartindo as suas pelo pobres, dos argumentos sobre a ordem para que não recebesse os dois ordenados de governador e provedor, ficando o ouvidor a servir de provedor; informando da nomeação de Francisco da Cunha de Serqueira para ouvidor, por morte de [Manuel Rodrigues Parreira], o arrendamento dos dízimos das ilhas de Santiago e do Fogo, entre outros assuntos.