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OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, D. António Álvares da Cunha, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Diogo de Mendonça Corte Real, sobre ter ido às margens dos rios Quanza e Bengo e aos campos do Bem-Bem, referindo o declínio da religião e o prejuízo de haver poucos carmelitas descalços e capuchos [capuchinhos] italianos nas extensas missões que dividiam entre si, onde até os europeus esqueciam costumes, língua e religião, em prol da língua umbunda e da lei gentílica, não pagando dízimos, tal como os religiosos não pagavam rendas; explicando que os brancos não podiam administrar fazendas tão remotas, nem tinham escravos suficientes, ficando terras por cultivar, Sua Majestade sem receber direitos, faltando mantimentos, sendo os sobas empurrados para terras para lá dos rios Quanza e Dande, fugindo à exploração e violência dos rendeiros, que cobraram dízimos de forma injusta; aconselhando que os dízimos fossem dados aos eclesiásticos, porque os cobrariam com menos violência aos negros, podendo haver mais igrejas, ministros e paróquias, mas só se não tivessem a seu cargo as missões que tinham no presente.
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