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Compareceram na vila de Ílhavo no cartório do tabelião, de uma parte como primeiro outorgante e comprador João André Patoilo, de outra como segundos outorgantes e vendedores, Domingos da Silva Valente, e mulher, Maria da Rocha, do lugar de Vale de Ílhavo. Logo pelo segundo outorgante foi dito, que a partir daquela e para sempre, vendia ao primeiro outorgante, a sua terra lavradia sito nas Dunas de Além, que parte de norte com os herdeiros de Tomé António Santo, e dos sul com João Nunes do Coito, a nascente com a servidão de vários inquilinos e do poente com a vala de água que vai para o Rio Pereiro [?], e lho vendem pela quantia certa de 76 800 réis, livres para eles vendedores, cuja quantia foi logo apresentada pelo comprador, em bom dinheiro de metal corrente, dizendo eles vendedores que por este público instrumento deram ao comprador plena paga e geral quitação, e que transferiam no mesmo todo o domínio, direito de ação e posse, que tinham na mencionada terra, suas pertenças e servidões ativas, podendo ele comprador tomar posse como e quando quisesse. Disseram mais eles vendedores, que a propriedade de que se trata lhes pertenceu em partilhas dos bens que sua mãe e sogra Ana Maria da Silva, e sendo presente interveio a dita, viúva de João da Silva Valente, e disse que autorizara esta venda, da maneira que dito ficou, ficando os vendedores ditos seus filho e nora com obrigação de lhe darem anualmente em quanto for viva, 112 litros, 8 decilitros de milho, branco. O comprador concordou e em seguida apresentou o recibo de contribuição de registo, perante as testemunhas, José Leopoldino da Silva, casado, sapateiro e Luís Cândido da Silva, solteiro, sapateiro, ambos moradores na vila de Ílhavo, que juntamente com os outorgantes assinaram, a escritura depois de lida em voz alta. A rogo da mulher outorgante vendedora, por dizer que não sabia escrever António da Silva Valente, solteiro, proprietário, do lugar de Vale de Ílhavo e a rogo da outorgante Ana Maria da Silva, viúva, João Gomes da Silva casado, lavrador. Também de Vale de Ílhavo, a rogo do comprador João Rodrigues do Sacramento, casado, negociante, por dizerem que não sabiam escrever.