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Escritura de caução por meio de hipoteca, feita na vila de Ílhavo, secretaria da administração do concelho de Ílhavo, entre o primeiro outorgante o Excelentíssimo José Clemente Ribeiro, casado, na qualidade administrador efetivo do concelho de Ílhavo em exercício, e os segundos outorgantes Manuel Fernandes Mano, ou Manuel Fernandes Mano o Agualusa, pescador e mulher Rosária Maria de Jesus, pescadeira, todos moradores na vila de Ílhavo. O neto dos segundos outorgantes José Fernandes Mano, solteiro, de 21 anos incompletos, da vila de Ílhavo (filho de anuel Fernandes Mano Júnior, ausente no Brasil, e mulher Joana de Jesus, da vila de Ílhavo), era mancebo e queria ausentar-se do país. Para tal teria de apresentar uma caução, nos termos da lei, pois estava sujeito ao serviço militar como soldado reservista (matrícula n.º 415 R). Assim, os segundos outorgantes prestavam a caução de 250.000 reis à Fazenda Nacional, por meio de hipoteca, nomeadamente por um assento de casas térreas, onde viviam, com pátio contíguo, na Rua Nova, da vila de Ílhavo, a confrontar do norte com Manuel Bernardo Balseiro, do sul com a Rua Nova, do nascente com José Francisco Carrapichano, e do poente com Rosa Norte, viúva de Francisco de Sousa Firmeza, todos da vila de Ílhavo. O prédio pertencia aos segundos outorgantes há mais de 40 anos antes da data da escritura, tendo sido comprado a João Tomas e mulher, da vila de Ílhavo, falecidos, era foreiro ao reverendo pároco da freguesia de Ílhavo em 600 reis anuais, valia 500.000 reis deduzido o encargo do foro e rendia anualmente 15.000 reis. O primeiro outorgantes aceitava a caução. Foram testemunhas António Nunes Carlos, casado, oficial da administração de Ílhavo, morador na vila de Ílhavo, assinando pelo segundo outorgante, Alexandre Gonçalves Bilelo, casado, carpinteiro, morador na vila de Ílhavo, assinando pela segunda outorgante, Júlio Marques de Carvalho e Francisco Casimiro, ambos casados, também carpinteiros, e moradores na vila de Ílhavo.