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Escritura de empréstimo de dinheiro a juro com hipoteca e fiança, feita na vila de Ílhavo e cartório do tabelião, entre o credor Luís Maria Brandão, solteiro, funileiro, os devedores João Dias Neves e mulher Maria de Simão Almeida, lavradores, e o fiador Manuel de Pinho, solteiro, proprietário, todos moradores na vila de Ílhavo. Foi emprestada a quantia de 300.000 reis, com um juro anual de 6,5%, vencido desde a data da escritura. Os devedores hipotecavam a terça parte de uma casa térrea e metade do quintal contíguo, no local da Manga, da vila de Ílhavo, a confrontar (as partes) do norte com a rua pública da Manga, do sul com herdeiros do padre António Rodrigues de Campos, do nascente com as restantes partes do prédio pertencentes ao fiador e do poente com a casa alta e quintal pertencentes a Augusto de Oliveira Pinto, das Ribas. O prédio era alodial e pertencia aos devedores por compra ao fiador. A terça parte da casa media 8,34 m pela lado da Rua da Manga, a contar do prédio do mesmo Augusto para o lado nascente até à parede do telheiro, a qual parede ficava ao lado direito ao entrar pela portaria do mesmo telheiro e servia de linha divisória da restante parte do prédio, como consta da escritura de compra deste tabelião de 1899/11/04. A metade do quintal ficava pelo poente contígua ao quintal de Augusto de Oliveira Pinto, tirada uma linha reta da parede do telheiro em direção ao sul até entestar no muro (pertença do prédio), junto à propriedade dos herdeiros do padre António Rodrigues de Campos, por onde media 6,11 m de largura, a contar do extremo nascente do dito quintal de Augusto para o mesmo lado nascente. Os prédios hipotecados valiam 400.000 reis e rendiam anualmente 12.000 reis. Foi nomeado fiador, que hipotecava a restante parte (dois terços) do dito prédio de casas térreas, na Rua da Manga, da vila de Ílhavo, e mais a metade, do lado nascente, do aido lavradio contíguo e em paralelo a essa restante parte das casas, que juntamente com a metade do aido confronta do norte com a Rua da Manga, do sul com herdeiros do padre António Rodrigues de Campos, do nascente com Domingos Ferreira Gordinho e outros e do poente com os devedores, isto é, com a parte (o terço) das casas e com a parte (metade) do quintal ou aido. A parte hipotecada pelo fiador media pela frente 11 m de largura, a principiar do nascente junto ao prédio de Domingos Gordinho, valiam 500.000 reis e rendia anualmente 15.000 reis. Foram testemunhas Manuel dos Santos Pincho Júnior, casado, serralheiro, e Manuel Nunes de Abreu, casado, negociante, residente em Vale de Ílhavo de Cima, da freguesia de Ílhavo.