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Escritura de empréstimo de dinheiro a juro com hipoteca, sendo intervenientes, Luísa Ricoca, como credora, negociante, moradora nesta vila, casada com Paulo Nunes Guerra, atualmente ausente, como marítimo e, como devedores, José dos Santos Esgueirão e mulher Joana Maria de Jesus, lavradores, residentes no lugar da Gafanha, sítio da Gramata, desta freguesia de Ílhavo. E logo pelos devedores foi dito que receberam de empréstimo, da mão da credora, a quantia de 180 mil reis, e dela se constituíram como devedores. Estes obrigavam-se a restituir à credora toda a quantia e, enquanto não o fizessem, ficavam ainda obrigados ao pagamento de juros anuais à razão de 6 por cento. Davam como segurança de pagamento o assento de casas térreas, onde viviam, com aido contíguo, poço e mais pertences, sito no referido lugar da Gafanha, a gramata, desta freguesia, que confrontava a norte com Maria de Jesus, viúva de João Luís Ferreira, a sul com Joana Maria de Jesus, sogra e mãe dos devedores, a nascente e poente com caminhos públicos. A propriedade pode render anualmente 15 mil reis e o seu valor é de 500 mil reis. Foram testemunhas presentes, Manuel dos Santos Pinho Júnior, casado, serralheiro, morador nesta vila, Joaquim António Biu, casado, carpinteiro e Manuel José de Pinho, casado, serralheiro, ambos moradores nesta mesma vila.