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Escritura de doação inter vivus, feita na vila de Ílhavo e cartório do tabelião, entre os doadores João da Cruz Maia e mulher Maria Nunes, residentes nos Moitinhos, da freguesia da Ílhavo, e os donatários, filhos dos doadores, outra Maria Nunes e João da Cruz Maia Júnior, ambos solteiros, residentes nos Moitinhos. Foi doada uma propriedade de terra lavradia, no Atalho do Passadouro (a maior) próximo aos Moitinhos, que leverá de semeadura cerca de 140 litros de trigo, e confronta do norte com João António Santo Curto, das Moitas, e com o Padre José António Morgado, da vila de Ílhavo, do sul com José Gonçalves dos Anjos, da vila de Ílhavo e outros, do nascente com vala de água das azenhas e do poente com caminho de consortes. A propriedade era alodial, rendia anualmente 15.000 reis, valia cerca de 500.000 reis e pertencia aos doadores por compra a João António Santo, da vila de Ílhavo, e outro. Ao donatário João davam sete décimas partes e à donatária Maria davam três décimas partes da propriedade doada. Além disso, os doadores tinham abonado a donatária sua filha numa escritura de compra deste tabelião de 1893/11/19 ou 17, feita a Tomé Gonçalves Vaz da Vila de Ílhavo, de uma terra lavradia, no Passadouro, por 150.000 reis, onde deram à sua filha esta soma e mais 50.000 reis para a sisa. Além disso haviam comprado à sua filha uma volta com sua medalha de ouro, no valor de 45.000 reis. Haviam pago os doadores ao seu filho donatário a quantia de 50.000 reis, em virtude de uma sociedade particular de beneficência, que permitiu o livramento do mesmo do serviço militar e comprado ao mesmo um relógio de prata e respetiva corrente double de ouro, por 35.000 reis. Foram testemunhas Alfredo José dos Santos, casado, alfaiate, assinando pela doadora, José Maria Cândido da Silva, casado, sapateiro, assinando pela donatária, e Manuel Procópio de Carvalho, casado, distribuidor postal, assinando pelo donatário, todos residentes na vila de Ílhavo. Foram mais testemunhas Manuel Nunes Ferreira Gordo, casado, proprietário, e Alexandre Maria Neves, casado, ferrador, ambos residentes na vila de Ílhavo.