Scope and content
Escritura de testamento, sendo interveniente, Manuel Martins Russo, viúvo, proprietário, natural do lugar da Póvoa de Bustos e residente no mesmo lugar, freguesia da Mamarrosa, concelho de Oliveira do Bairro. E logo foi dito pelo outorgante, que era de sua livre e própria vontade, que fazia o seu testamento e disposição de última e derradeira vontade, da seguinte forma: quer que o seu funeral seja feito conforme uso da sua freguesia e pessoas de sua qualidade; quer que, no prazo de um ano após a sua morte, se mandem rezar missas pela alma dele e de seus familiares e também em louvor da Nossa Senhora da Boa Morte, Nossa Senhora da Guia e do anjo da guarda; quer que se dêem aos pobres mais necessitados desta freguesia, a esmola de 24 mil reis, sendo 4 mil e 800 reis distribuídos no dia do seu funeral e o restante distribuído no prazo de 3 meses. Dispondo dos seus bens, declarou que foi casado, em primeiras núpcias, com Maria de Oliveira e, em segundas núpcias, com Aurélia de Jesus e, que dos 2 matrimónios não teve qualquer filho, não tendo portanto herdeiros forçados, sendo livre para dispor deles como bem quiser. Desta forma, deixa à sua sobrinha Maria Simões, filha de seu irmão André Martins Russo, casada com Manuel dos Santos Bodas, residente no lugar da Póvoa de Bustos, os seguintes bens: metade do que o testador tiver num prédio que se compõe de casas térreas com seu aido contíguo, e respetivos pertences, sito na Póvoa de Bustos, onde o testador vivia, e confrontava a norte com estrada pública e a sul com a filha de Agostinho Francisco Pedreiras, daí; metade de uma vinha, sita nos aidos da Póvoa de Bustos, conhecida pela vinha dos Brigueiros, que confrontava a norte com vários inquilinos e a sul com Manuel Simões Micaelo, daí; metade de um pinhal e seu terreno, sito nas Leiras, que confrontava a nascente com Manuel Martins Libário e a poente com António Barroco, este da Mamarrosa e aquele da Póvoa; uma terra lavradia, sita no Mortal, na Póvoa de Bustos, que confrontava a nascente com Manuel Francisco Pedreiras, da Mamarrosa e a poente com filha de Agostinho Francisco Pedreiras, da Quinta Nova. Os restantes dos seus bens ele institui como suas herdeiras universais, as suas duas sobrinhas, a dita Maria Simões, filha do seu irmão André e Joana de Jesus, filha de sua irmã Maria de Jesus e casada com Manuel Simões [ilegível], residentes no mesmo lugar de Bustos. Se alguma das suas sobrinhas falecer antes dele a parte que lhes pertencer, em virtude deste testamento, reverterá para os seus filhos. Caso algumas das herdeiras impugnar o testamento perderia o direito à herança que lhe pertencia. Nomeia para seu testamenteiro Manuel dos Santos Bodas, casado com aquela sua sobrinha, Maria Simões. Foram testemunhas presentes, Manuel Nunes Ferreira Gordo, casado, proprietário, José Maria Gonçalves Fernandes Anchão, casado, proprietário, Manuel Nunes Pinguelo Capela, José Nunes Capela, ambos solteiros, lavradores, Francisco Ferreira Moura, casado e José Gonçalves Sarrico, viúvo, ambos lavradores, todos residentes nesta vila de Ílhavo.