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Escritura de compra, [feita] nesta vila de Ílhavo e cartório [do tabelião], [onde] foram pessoalmente presentes de uma parte como primeiro outorgante comprador Manuel António da Silva, casado, marítimo, residente [à data da escritura] nesta vila de Ílhavo, e da outra parte, como segundos outorgantes vendedores aquele dito Cipriano Mendes e mulher Inocência Pereira de [Águeda], negociantes, aqui residentes. [Foi comprada] uma morada de casas altas de habitação, sitas nesta Rua do Espinheiro, desta vila e freguesia de S. Salvador de Ílhavo, a confrontar do norte com Luís Pereira da Bela, do sul com servidão de consortes, do nascente com Maria Vitória, viúva de João Fernandes Pereira e do poente com eles vendedores. [A morada era] alodial, [podia] render anualmente dois mil e quinhentos reis e [era comprada] pelo preço de setenta mil reis. Entre a casa vendida e a casa pertencente a Maria Vitória, viúva de João Fernandes Pereira e herdeiros de Rosa Maria de Jesus, existia uma viela, que era servidão da mesma casa [vendida]. [Os vendedores adquiriam] este prédio vendido por compra que fizeram a Eduardo Catarino e mulher, residentes [à data da escritura] em Viseu, [por] escritura feita na nota do tabelião Fortuna da cidade de Aveiro, em vinte e [dois] de junho de mil oitocentos e noventa, [onde constava] que os mesmos Eduardo Catarino e mulher haviam concedido a Rosa Maria de Jesus, falecida [à data da escritura] e representada por aquela Maria Vitória de outros, permissão para ela edificar uma pequena casa com telhado na referida viela e de introduzir alguns barrotes na dita pequena casa na parede do mesmo prédio [vendido], com a condição porém dos segundos outorgantes não perderem o direito de servidão da mesma viela, para [reparar] quando preciso for, as beiras da casa vendida e a sua parece, e fazerem na mesma casa os reparos e concertos que ela precisar, [direitos que passaram para os compradores]. [Foram pagas as despesas inerentes à oporação]. [Foram] testemunhas Joaquim Domingues Magano Jerovia, casado, marítimo, residente nesta vila de Ílhavo, que assina a rogo da vendedora, João Francisco da Rocha, casado, serralheiro, e José Simões Teles, casado, marítimo, ambos também residentes nesta vila.