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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 7-10) aprovado em 1572-10-20, pelo notário Manuel Tavira de Cartas. Traslado de 1612.ENCARGOS (ANUAIS): cinco missas em honra do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário, de São Miguel “o Anjo”, de São Roque e de Santo António, cada uma nos respetivos altares.BENS DO VÍNCULO: terça dos bens imposta em casas sobradadas na rua da Alfândega; o testamento diz estas casas estão junto à mulher do falecido João Nunes, recebendo a testadora 4400 réis anuais de aluguer. Em 1612, as casas encontram-se no chão e a então administradora, Joana Gomes, viúva do flamengo João Harea, não se encontrava em estado de as levantar e «cantar» a capela, no dizer do mestre de açúcar Manuel Rodrigues, que requer (f. 3) ao juiz dos Resíduos a entrega dos chãos das mesmas para as consertar e mandar dizer as missas, uma vez que seria o herdeiro por morte da dita administradora. SUCESSÃO: nomeia o filho Vicente Afonso e depois o filho ou filha primogénito e seus descendentes; não tendo filhos herdaria a outra filha do dito Vicente Afonso «pela dyta manejra andara na mynha geração». Efetivamente, herdou a terça Vicente Afonso, sucedendo a filha Joana Gomes, mulher de João Harea, armeiro flamengo, sem filhos. Sucedeu o parente mais chegado, Simoa Martins, mulher do mestre de açúcar Manuel Rodrigues, a qual era irmã de Vicente Afonso, ambos filhos da instituidora Simoa Pires e de Afonso Anes. Sucede António Rodrigues, filho da dita Simoa Martins, lavrador e morador na Quinta das Freiras, Santo António. ADMINISTRADOR EM 1612-06-27, data de abertura dos autos (f. 2): Manuel Rodrigues, mestre de açúcar, casado com Simoa MartinsÚLTIMO ADMINISTRADOR: António Soares, prateiro.Outras informações do testamento (f. 7-10):TESTAMENTEIROS: o filho Vicente Afonso.NETOS: Leonor Simoa; Simão Gomes, falecido, filho de Vicente Afonso.ENTERRAMENTO: Sé do Funchal, na sepultura do marido.LEGADOS: deixa a casa onde ora vivia, pelo tempo de quatro anos, a Catarina Nunes, pelo serviço prestado na sua doença; a Maria Rodrigues, mulher de Adão Pires, deixa 1000 réis pelos serviços, comida e agasalho dado; à neta Leonor Simoa deixa o seu manto novo e a cama em que jazia, da maneira como estava, com cobertor, lençóis e travesseiro.PROPRIEDADES: a testadora declara ter dado a Francisco de Pedrosa a casa onde então moravam os flamengos, por dois anos.LITERACIA: a testadora não sabe escrever.TESTEMUNHAS: Pêro Gonçalves Pinheiro, morador na rua que vai para os Moinhos, que assinou a rogo da testadora; Francisco Gonçalves, pesador dos pesos dos moinhos desta cidade; Domingos Fernandes, lavrador; Simão Pires, lavrador; Manuel Dias, alfaiate, todos moradores na rua dos Moinhos, Funchal; Francisco Gonçalves, alfaiate, morador na Ribeira de Santa Luzia; Álvaro Gonçalves, lavrador, morador no Pico do Cardo.Outros documentos:F. 3 – Petição de Manuel Rodrigues, mestre de açúcar, acima mencionada. F. 4-6 – Inquirição de testemunhas sobre o conteúdo da petição, feita em 1612-06-27. Testemunhas inquiridas: Pêro de Barros, escrivão do judicial, cerca de 54 anos, que declara que a administradora Joana Gomes é tão pobre que pede esmola por esta cidade e não tem possibilidade de consertar as casas desta capela; Francisco Luís Moreira (?), cerca de 47 anos; Francisco Pires, cerca de 45 anos.F. 11 v.º-12 – Sentença do juiz do Resíduo de 1612-09-24.