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Identification
Description level
DC
Reference code
PT/ABM/JRC/001/0036/00005
Title
Capela de João Gonçalves da Câmara, segundo capitão donatário do Funchal
Holding entity
Arquivo e Biblioteca da Madeira
Initial date
1593
Final date
1889
Dimension and support / Extents
1 cap.: 192 f. ms. (176 num.)
Content and structure
Scope and content
DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento feito em 1499-06-21, codicilo de 25-03-1501.ENCARGOS (ANUAIS): missa quotidiana por 14.000 réis, na capela mor do mosteiro de Santa Clara por ele fundado, ofertadas com a cera e vinho necessário ao serviço. Porém, tal taxa nunca foi considerada nas contas tomadas, nem consta das quitações acumuladas ao longo do processo, o que gerou um excedente de 1.566$000 réis a favor das religiosas (conta de 23-05-1827, f. 176), calculando-se que, em 1930, ainda haveria um saldo positivo de 13$400 réis (informação do promotor fiscal de 1827-06-06, f. 177).BENS DO VÍNCULO: toma parte da terça que impõe em toda a terra que tem na Várzea, abaixo de suas casas (Funchal), incluindo a sua água, e o lugar que fora de Fernão Dianes “o clérigo” aforada por duas pipas e um quarto de vinho anual «esta terra e lugar aparto pera hua capela continua». O administrador seria obrigado «a adubar e repairar os ditos bens», que não poderiam ser vendidos ou alienados de forma alguma. Do remanescente da terça, o filho Pêro Gonçalves ficaria com o «quintam» do Arco e as casas em que mora o capitão, e a Manuel de Noronha caberia o «quintam» do Cabo Girão e 300.000 réis; já Garcia da Câmara haveria 400.000 réis.SUCESSÃO: nomeia a filha D. Constança e o sobrinho Diogo Afonso, seus testamenteiros; por falecimento do último, o então capitão donatário do Funchal, juntamente com o vigário da vila e um dos vereadores, elegeriam um clérigo de bom siso e consciência, processo este que se repetiria por morte do clérigo.ADMINISTRADOR EM 1593-12-04, data do primeiro auto de contas: religiosas do mosteiro de Santa Clara.ÚLTIMO ADMINISTRADOR: religiosas do mosteiro de Santa Clara.Outras informações do testamento (1.º traslado f. 2 v.º a 10; 2.º traslado f. 14 a 21; 3.º traslado f. 143 a 158):TÍTULOS: do Conselho d’el-rei, capitão e governador da ilha da Madeira na parte do Funchal, senhor da Deserta.FILHOS MENCIONADOS: três filhas freiras em Santa Clara; Pêro Gonçalves; D. Constança; D. Filipa, defunta, mulher de D. Henrique Henriques.ENTERRAMENTO: capela mor da igreja de Nossa Senhora da Conceição «que eu fundei pera as freiras da oservancia da Ordem de Santa Clara». Manda fazer uma sepultura baixa à esquerda da capela, junto com o «mujimento»(?) da sepultura de seus pais e onde jaz sua mulher D. Maria de Noronha.RESGATE DE CATIVOS: manda resgatar cinco cativos cristãos portugueses, os mais pobres, na condição de virem à Ilha da Madeira, onde lhes dariam seus vestidos, isto é, capas, pelotes, camisas e sapatos, e se diria uma missa cantada com responso sobre sua sepultura e de sua mulher.DÍVIDAS: a Diogo Pires, filho de Pêro Ximenes, ou a seus herdeiros, 7.500 réis; a Lopo Alves e mulher, moradores em Santa Luzia, 2.000 réis da compra de uma latada; dívida a Pedro Gonçalves e mulher Clara Esteves, já falecida, de vinte e cinco escudos de ouro «o dobras»; dívidas aos criados Martinho, Toscano e Gabriel, que se pague o que merecerem pelos serviços prestados; dívida de 10.000 réis a João Gonçalves, homem preto forro, criado que foi do vigário velho João Gonçalves; manda pagar a Joana Gonçalves, mulher de Guilherme e criada de sua mãe, o que faltar dos 6.000 réis, preço da compra de uma terra de pão no Campanário, sendo que já pagara por conta de tal preço uma caixa de açúcar com seis ou sete arrobas e um moio e meio de trigo no valor de 3.000 réis.LEGADOS (designadamente vestes, armaduras e objetos em prata): a Tristão Gonçalves e Martim Álvares, para além dos casamentos já pagos, deixa a cada um o seu turbanete de cravação dourada com capacete e babeira; a Vicente Gonçalves deixa 10.000 réis e um gibanete de cravação dourada, capacete e babeira; a Gonçalo Aires deixa um gibanete de cravação dourada, um capacete e babeira; a João Tavares deixa 30.000 réis, um gibanete de veludo de cravação dourada, capacete e babeira; aos herdeiros de Pedro de Novais deixa 10.000 réis; a Álvaro Pires e a Rodrigo Carvalho deixa, respetivamente, 10.000 e 15.000 réis mais o seu gibanete e casco; ao criado António Gomes deixa 40.000 réis; a Diogo de Tomar deixa o que constar de um alvará; aos herdeiros do criado Cristóvão Luís deixa 5.000 réis; a Sebastião Rodrigues 20.000 réis; ao sobrinho Pedro Alves deixa o gibanete de seu corpo e a sua armadura de cabeça; à Misericórdia do Calhau deixa um cálice de prata com sua patana de peso de três marcos; a São Sebastião da vila do Funchal lega outro cálice idêntico; a São Sebastião de Câmara de Lobos, às igrejas da Ribeira Brava, da Ponta do Sol e de São Brás do Arco deixa um cálice de prata com patana e peso de dois marcos; ao mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Beja, onde jaz a filha D. Joana, deixa 10.000 réis; à capela mor de Nossa Senhora da Conceição deixa dois cálices de prata, uma vestimenta de veludo roxo com sua alva, manipulo e estola e outra vestimenta azul comprida mais um vestido de brocado para as missas das festas principais. DOTE: a D. Henrique Henriques e à filha D. Filipa dotou 6.000 dobrões de 120 réis, em que montão 720 mil réis. PROPRIEDADES: ao neto D. Fernando, filho de D. Henrique Henriques e D. Filipa, deu um serrado de canavial sito além do assentamento de Afonso Anes escrivão, que parte com João Gomes, escudeiro e com o caminho público.
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