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Biography or history
O Mosteiro de São Domingos de Lisboa era masculino, e pertencia à Ordem dos Pregadores (Dominicanos).Em 1241, foi fundado por D. Sancho II, no campo da Corredoura, arrabalde da cidade de Lisboa. A sua construção terminou em 1259. Em 1271, por testamento de D. Afonso III, foi dotado de numerosas terras, a Norte, a Nascente e a Sul. A parte Sul, conhecida por Horta dos Frades, por negociações encetadas, antes de 1492, entre D. João II e o Prior de São Domingos, mais tarde, foi integrada no património régio, para construção do Hospital Real de Todos os Santos.Em 1506, por ocasião do motim de cristãos-novos de Lisboa e tendo D. Manuel responsabilizado os frades dominicanos pela rebelião, a comunidade foi expulsa do mosteiro. O edifício, desabitado durante cerca de meio ano e deteriorado pelo desgaste de sucessivas cheias (1343, 1384 e 1488), após o regresso dos frades, sofreu obras de construção, empreendidas por D. Manuel, com vista à construção de um segundo piso. Fortemente atingido pelo tremor de terra de Lisboa de 26 de Janeiro de 1531, sofreu grandes prejuízos e entrou novamente em obras, que se prolongaram até 1566.Em 1551, a comunidade tinha, cerca de cem frades e vinte servidores. No mosteiro existiam dezassete capelas e todas tinham obrigação de missa quotidiana. A renda da instituição valia cinco mil e oitocentos cruzados.Em 1517, foi edificado o Colégio de São Tomás, anexo ao Convento de São Domingos de Lisboa, funcionando como um estudo geral de Filosofia e Teologia para religiosos das Ordens dos Pregadores e de São Jerónimo, criado sob o patrocínio régio. Estava sujeito à visita anual do prior provincial de São Domingos de Lisboa. Em 1538, o colégio foi transferido para o Convento de Santa Maria da Vitória (Batalha) e depois para Coimbra. Os frades leccionaram também estudos para seculares na ermida de Nossa Senhora da Purificação da Corredoura ou de Nossa Senhora da Escada, contígua à igreja do Convento.Ligadas às capelas da igreja do convento foram fundadas ao longo da Idade Média diversas irmandades e confrarias. A capela do Senhor Jesus teve anexas a Irmandade do Senhor Jesus, instituída no reinado de D. João I (na sequência do breve "Nuper in concilio Lugdunensi" de Gregório X datado de 20 de Setembro de 1274) e a Confraria do Santo Nome de Deus, instituída em 1500 e confirmada por Gregório XIII pela bula "Alias per foelicis recordationis papam Pium Quartum". A capela da Senhora do Rosário teve a sua irmandade aprovada, por Sisto IV em 1479. Na capela de São Jorge dos Ingleses existiu, ainda, a Irmandade de Santa Cruz e Santo André dos Borguinhões (1414). Em 1559, por bula do papa Pio IV, dada em 6 de Janeiro, a instância da rainha D. Catarina, o Mosteiro de Santo André de Ancede, de Cónegos Regulares de Santo Agostinho, foi unido "in perpetuum" com seus direitos, rendas e igrejas anexas, ao Mosteiro de São Domingos de Lisboa, da Ordem dos Pregadores, para o sustento desta comunidade. Em 1560, Frei Estêvão Leitão, professo da Ordem e procurador do padre prior do Mosteiro de São Domingos de Lisboa tomou posse do Mosteiro de Ancede, recebendo a obediência do seu prior castreiro e dos quatro cónegos nele residentes. Este veio a ser uma vigararia.Em 1531, um tremor de terra danificou a Igreja. fez ruir a maior parte da ermida de Nossa Senhora da Escada e deixou o mosteiro em ruínas.Em 1566, foi terminada a reconstrução, por esmola de D. João III, mantendo as três naves. Nessa data albergava 100 frades, 20 criados e tinha uma renda de 5800 cruzados.Neste convento funcionou o Colégio de Nossa Senhora da Purificação da Escada, com aulas de Teologia Moral e Dogmática.Em 1755, o terramoto e o incêndio subsequente provocaram grandes estragos, salvando-se só a Capela-mor, Sacristia e ala do Claustro. A reconstrução esteve a cargo de Carlos Mardel e Manuel Caetano de Sousa.Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Localização / Freguesia: Santa Justa (Lisboa, Lisboa)
Custodial history
Em 1883, em 9 de Maio, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda, de 20 de Março de 1865, os documentos dos Conventos do Carmo de Lisboa, do Carmo Descalço de Carnide, da Congregação do Oratório, de São Domingos de Lisboa (os livros 75 a 119 e os maços (cota actual mç. 28 a 38)), de São Francisco de Lisboa, de Nossa Senhora da Luz, de São Francisco de Xabregas (com indicação dos números dos documentos incorporados) foram transferidos do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa, para o Arquivo da Torre do Tombo, conforme atestam as relações de documentos assinadas por Eduardo Tavares, delegado do Tesouro, e por Roberto Augusto da Costa Campos, ajudante do oficial maior da Torre do Tombo. Em 1883, foram transferidos da mesma repartição os livros 6 a 23, 25, 29 a 36, 52 a 57, 60 a 66, 68, 70 a 72 e 74 e 10 maços.Em 1894, em 14 de Maio, foram transferidos documentos da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais para a Torre do Tombo. Grande parte dos documentos apresenta uma numeração, não sequencial, a tinta encarnada, a data do documento, uma assinatura não identificada e a referência ao mosteiro.Parte da documentação esteve integrada na designada Colecção Especial. Entre os anos de 1938 e 1990, sempre que possível e considerando a sua proveniência, a documentação foi reintegrada nos fundos, numa tentativa de reconstituição dos cartórios de origem. Estes documentos foram ordenados cronologicamente, constituídos maços com cerca de 40 documentos, aos quais foi dada uma numeração sequencial. Encontravam-se na Colecção Especial as bulas do Mosteiro e alguns documentos do maço 42.Os documentos de Santo André de Ancede encontram-se em grande parte no fundo do Mosteiro de São Domingos de Lisboa.Em 1990, sob orientação da Dr.ª Maria José Mexia Bigote Chorão, alguns documentos deste fundo foram nele integrados, depois de ter sido identificada a sua proveniência, e retirados da colecção Documentação de conventos por identificar, cx. 12, conforme apontamento existente na caixa. Em Outubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas.
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