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O Convento foi extinto em 11 de Abril de 1900, por morte da última religiosa professa D. Maria da Glória de Azeredo (prima do conde de Samodães).Foi fundado em 1296, por D. Rodrigo Forjaz e por sua mulher, D. Chama Gomes, com bens que possuíam em Paiva, Couto de São João, Jugueiros, Ribeira, no local de Entre ambos os Rios, junto do Tâmega, em honra de Deus, de São Francisco, São Damião, e Santa Clara, para lhes serem perdoados os seus pecados, e dos seus pais, mães, e avós, bem como os danos e rapinas por eles cometidos no reino de Portugal.Em 1416, as religiosas mudaram-se para o sítio dos Carvalhos do Monte, na encosta da Batalha, ao Oeste sobre o codessal próximo à margem direita do Douro, onde foi edificado o mosteiro.Em 16 de Abril de 1900, a Fazenda Nacional, tomou posse do edifício do Convento e dos restantes bens.Contém o livro do inventário dos bens pertencentes ao Real Mosteiro de Santa Clara da cidade do Porto, situados no concelho de Barcelos (1886), mapa do pessoal do Convento, dos bens e rendimentos (1859), inventários dos domínios directos dos prazos, documentação relativa a obras efectuadas no Convento, relações de foros, censos ou pensões correntes para venda, do distrito de Braga, e do Porto.Reúne oito cadernos de inventário da descrição e avaliação do edifício do Convento, anexos, propriedades rústicas e urbanas, títulos de crédtito público e empréstimos com fundos do Convento, alfaias e objectos preciosos, elaborados por António Alves de Sousa, empregado de Fazenda (1859). Estiveram presentes a abadessa D. Rita de Cássia de Azevedo Guerner, a vigária D. Maria Cândida Ferreira Pinto Basto, D. Quitéria Emília Ferreira Pinto Basto, o abade da freguesia de Santo Ildefonso, Luís Moreira Maia da Silva, entre outros.Reúne documentação sobre o terreno onde foi edificada a Igreja de São Salvador de Ramalde, doada por D. Afonso V ao Convento, por Alvará de 21 de Outubro de 1468, da Irmã Maria de Santo Antão, presidente do Conselho da Congregação das Irmãs Hospitaleiras Portuguesas, da Congregação das Servas de Maria, de D. Isabel Maria Salgado de Almeida, viúva, natural de Vila Nova de Gaia, antiga secular do extinto Convento, da Confraria da Adoração do Santíssimo Sacramento, erecta na Igreja do extinto Convento de Santa Clara do Porto, pública-forma passada pelo tabelião público de notas da cidade do Porto, Thomaz Megre Restier (1892).Inclui o livro do inventário de todos os bens pertencentes ao Convento, organizado em conformidade com o ofício da Direcção dos Próprios Nacionais, de 8 de Fevereiro de 1897, 73 f., sendo abadessa D. Maria da Glória de Azeredo, e escrivã D. Emília Carolina Calheiros de Menezes. Contém uma carta do conde da Ribeira Grande (Paço das Necessidades, 1900), bem como folhas do jornal "O Primeiro de Janeiro" com a notícia da morte da última abadessa.Os bens foram remetidos ao Museu de Belas Artes e Arqueologia, ao Museu do Porto, entre outros.Os livros do coro (antifonários), de cantochão e do cartório foram entregues ao Inspector Geral Interino das Bibliotecas e Arquivos Públicos. O cartório contunha o "Discurso histórico e analítico sobre a Companhia dos Vinhos", de Cristóvão Guerner, "Manifesto sobre a reforma dos hábitos do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra", pasta com títulos em pergaminho sobre a fundação do Mosteiro em Entre ambos os Rios, da trasladação do Mosteiro, entre outros.Os livros de receita e despesa, ou de contas por triénios, também foram entregues nos termos do art.º 6.º do Decreto de 29 de Dezembro de 1887, ao Inspector Geral Interino das Bibliotecas e Arquivos Públicos.Compreende documentação da Câmara Municipal do Porto, a solicitar os livros do espólio do Convento para a Biblioteca Pública do Porto - criada pelo Decreto com força de Lei de 9 de Julho de 1833 -, e para o Museu do Porto, datado de 1 de Maio de 1900, plantas, de António de Araújo Serpa Pinto, na qualidade de enfiteuta de várias propriedades, procuração de D. Maria da Glória de Azeredo com selo de chapa do Convento (1880).Contempla ainda, autos de entrega de objectos do espólio do Convento e sua descrição, escolhidos por António José Nunes Junior, delegado da Academia, para o Museu de Belas Artes e Arqueologia, e recolhidos por Manuel Nicoláu da Costa, tesoureiro da mesma (1900).Integra documentação sobre a cedência do edifício do extinto Convento e anexos, aos serviços de Emigração do Norte, às Polícias de Segurança Pública e de Investigação, de terrenos para a construção de um hospital para tratamento de reclusas na prisão do Aljube (com doenças infecciosas) deslocadas do Hospital Joaquim Urbano.Contém o Decreto de 31 de Janeiro de 1901, da concessão de dependências do Convento ao Dispensário Rainha D. Amélia - para crianças pobres -, assinado pela rainha regente, e por Fernando Mattoso Santos, ministro dos Negócios Estrangeiros.Contém o mapa da despesa feita no Dispensário Rainha D. Amélia, nomeadamente com as refeições, tratamento, medicamentos, entre outros, recortes de jornais com artigos e fotografias da referida casa de caridade.A documentação menciona bens nos concelhos do Porto, Guimarães, Lousada, Paredes, Vila Nova de Gaia, Arouca, Penafiel, Paços de Ferreira, Maia, Barcelos, Fafe, Vieira, Santo Tirso, Marco de Canaveses, Lamego, Valongo, entre outros.