OFÍCIO do governador e capitão-general de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, ao [secretário de estado da Marinha e Ultramar], Conde de Basto [José António de Oliveira Leite de Barros], a informar que Cândido de Almeida Sandoval veio degredado por toda a vida para Angola, por crime de Lesa Majestade; participa que teve a condescendência de servir de canal à correspondência entre este indivíduo e o seu filho, João de Almeida Sandoval, tendo este último lhe requerido a aplicação ao seu pai, do Indulto de S.M. o Imperador do Brasil, promulgado em 1826, enquanto rei de Portugal, não o tendo deferido, por não o considerar compreendido na letra do Decreto do mencionado Indulto; este último escreveu-lhe uma carta insultuosa com ameaças que se ia queixar a S.M. no Brasil, tendo-lhe posteriormente dirigido mais duas cartas, nas quais demonstrava um simulado arrependimento e um malicioso pedido de perdão; remete estas cartas, a fim de concorrer para a expurgação de Portugal da canalha revolucionária, que ainda quer levantar a cabeça, reproduzindo-se a Hydra tenazmente, sempre que pode aparecer impunemente.