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Context
Biography or history
O Convento de Nossa Senhora do Carmo de Lisboa era masculino e pertencia à Ordem do Carmo, e à Província do Carmo de Portugal, da qual foi sede.Foi designado por Convento de Santa Maria do Carmo de Lisboa, e também por Convento de Nossa Senhora do Monte do Carmo de LisboaO primeiro documento oficial sobre a fundação deste convento data de 8 de Dezembro de 1386 e diz respeito a uma bula de Urbano VI manifestando o desejo de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, em edificar um convento em Lisboa.Em 1389, D. Nuno Álvares Pereira mandou construir o Convento do Carmo, em Lisboa. Nove anos depois, em 1395, por bula do papa Bonifácio IX, de 9 de Setembro, foi concedida confirmação apostólica ao convento já fundado por Nuno Álvares Pereira.Em 1397, chegaram a Lisboa os padres carmelitas do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Moura, a quem o Condestável confiou o Convento desta cidade. A sua construção foi dada por concluída em 1422.Nuno Álvares Pereira terá esperado a constituição da Província Lusitana, autónoma de Espanha, para entregar oficialmente a igreja e o convento à Ordem Carmelita. Em 1423, o Convento foi doado à Ordem do Carmo, por ocasião da celebração do primeiro Capítulo Provincial dos Carmelitas em Portugal.Em 1424, os primeiros estatutos da Província do Carmo de Portugal, promulgados e confirmados por D. João I, já referem o Convento de Santa Maria do Carmo de Lisboa como sede da Província.Em 1551, a sua renda rondava os dois mil cruzados e a comunidade era constituída por cerca de 70 frades.No Convento tinham sede seis confrarias, dedicadas a Nossa Senhora do Carmo, a Nossa Senhora da Piedade, à Vera Cruz, a Santa Luzia, a Santa Ana e a São Roque.Em 1755, o terramoto de 1 de Novembro danificou gravemente o convento.Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo. Os bens foram incorporados nos Próprios da Fazenda Nacional.Localização / freguesia: Sacramento (Lisboa, Lisboa)
Custodial history
A documentação da Província da Ordem do Carmo e do Convento de Santa Maria do Carmo de Lisboa foi remetida pela Direcção Geral dos Próprios Nacionais em duas remessas entradas na Torre do Tombo, em 1867 (livros 1 a 25) e em 1894 (livros 28 a 105 e maço 52), permanecendo reunida durante alguns anos, e integrada no fundo do Convento. Em 1883, a 9 de Maio, em virtude da Portaria do Ministério da Fazenda de 20 de Março de 1856, a documentação dos Conventos do Carmo de Lisboa (documentos avulsos que, provavelmente, correspondiam aos maços 1 a 51 e 53 a 54), do Carmo Descalço de Carnide, da Congregação do Oratório, de São Domingos de Lisboa, de São Francisco de Lisboa, de Nossa Senhora da Luz, de São Francisco de Xabregas, foi remetida do cartório da Repartição da Fazenda do Distrito de Lisboa, para a Torre do Tombo. A relação de documentos foi assinada por Eduardo Tavares, delegado do Tesouro, e por Roberto Augusto da Costa Campos, ajudante do oficial maior da Torre do Tombo. Não é ainda conhecida a proveniência dos livros 26 e 27. Em 1894, em 14 de Maio, documentos vindos da Direcção-Geral dos Próprios Nacionais foram incorporados na Torre do Tombo. Parte da documentação esteve integrada na designada Colecção Especial. Entre os anos de 1938 e 1990, sempre que possível e considerando a sua proveniência, a documentação foi reintegrada nos fundos, numa tentativa de reconstituição dos cartórios de origem. Estes documentos foram ordenados cronologicamente, constituídos maços com cerca de 40 documentos, aos quais foi dada uma numeração sequencial.A documentação foi sujeita a tratamento arquivístico, no final da década de 1990, empreendido por técnicos da Torre do Tombo e por investigadores externos. Em Outubro de 1998, foi decidido abandonar a arrumação geográfica por nome das localidades onde se situavam os conventos ou mosteiros, para adoptar a agregação dos fundos por ordens religiosas. Desta intervenção resultou o facto de cada ordem religiosa passar a ser considerada como grupo de fundos, e simultaneamente como fundo, constituído a partir da documentação proveniente da casa-mãe ou provincial, alteração esta que provocou a alteração de cotas nos fundos intervencionados.Neste caso, até à data de 2002, os documentos pertencentes ao governo da Província, que se encontravam no fundo do Convento de Nossa do Senhora do Carmo de Lisboa, como indicam as cotas antigas, foram colocados na dependência do fundo da Província do Carmo, recebendo cota específica.Foram constituídas séries documentais segundo o princípio da ordem original sempre que possível (com base em índices de cartórios quando existentes), correspondendo à tipologia formal dos actos, e que, na generalidade, é documentação que se apresenta em livro. A documentação que se encontra instalada em maços foi considerada como uma colecção ao nível da série, com a designação de 'Documentos vários', não tendo sido objecto de intervenção.Este projecto deu origem à publicação da monografia designada 'Ordens monástico-conventuais: inventário', com a coordenação de José Mattoso e Maria do Carmo Jasmins Dias Farinha.
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