Livro da fazenda do senhor conde meirinho-mor e rendimento dela e dos seus papéis e outras lembranças

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PT/TT/CSI/A-A/001/0001

Livro da fazenda do senhor conde meirinho-mor e rendimento dela e dos seus papéis e outras lembranças

Formal

Arquivo Nacional Torre do Tombo

1588

1609

1 doc. digital

Em 1588 o conde meirinho-mor era D. Duarte de Castelo Branco, filho de D. Afonso de Castelo Branco e de D. Isabel de Castro, neto paterno do 1.º conde de Vila Nova de Portimão. Herdou a Casa do pai em 1556, e casou em 1567 com D. Catarina da Silva, filha de D. Bernardo Coutinho e de D. Joana de Meneses. Foi embaixador de D. Sebastião à Corte de Castelo, meirinho-mor do Reino (cargo que seu pai já detinha), vedor da Fazenda, embaixador de D. Sebastião à Corte de Castela. Foi-lhe concedido o título de conde de Sabugal por carta de 20 de Fevereiro de 1582.

O livro foi comprado no final do século XX, pelo atual proprietário, Arquiteto Jorge Brito e Abreu, ao livreiro-antiquário José Maria Almarjão. Desconhece-se a sua história anterior, podendo supor-se que proveio da dispersão do Arquivo da Casa de Óbidos Palma e Sabugal. Por morte do último conde de Óbidos, em meados do século XX, o arquivo, que desde finais do século XIX deixara de estar ativo, entrou na posse de um parente, o marquês de Santa Iria — e terá sido já no último quartel do século XX que começou a ser alienado (não de uma só vez, pois há registos de vendas em leilão em alturas diferentes), tendo a maioria do seu acervo dado entrada, em 1995, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde lhe foi atribuída a designação de Casa de Santa Iria.Em 2023, este documento foi integralmente restaurado no âmbito do projeto VINCULUM - Entailing Perpetuity: Family, Power, Identity. The Social Agency of a Corporate Body (Southern Europe, 14th-17th Centuries) (financiado pelo European Research Council (ERC) (contrato nº. 819734), após que, o proprietário do livro o emprestou ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, para que fosse feita uma cópia em formato digital a integrar no resptivo fundo. É assim, uma cópia em formato digital a partir do livro original. Este apresenta as seguintes dimensões: 345 x 250 mm, com 304 fólios, em papel e contém encadernação em pele.

Trata-se do inventário da fazenda do conde de Sabugal, datado de 1588 e aditado até 1609, contendo a descrição dos seus rendimentos e da documentação comprovativa.Tem início com um índice que informa que o livro está dividido em três partes, tratando a primeira do “rendimento” da casa, a segunda dos “papeis” e a terceira das “lembranças”.Desconhece-se quem o elaborou e porque se fez, mas a data de 1588 que figura na folha de rosto é pouco posterior à da concessão do título de conde de Sabugal a D. Duarte de Castelo Branco (1582) por Filipe II de Espanha, rei de Portugal desde 1580. Dentro de cada secção está organizado por títulos que enumeram os rendimentos do morgado, senhorios e propriedades detidas pela Casa, bem como os documentos que servem de suporte à sua gestão administrativa, garantindo a manutenção de privilégios e a cobrança das rendas, bem como a defesa jurídica de direitos e privilégios. Os rendimentos da Casa são enumerados minuciosamente e acompanhados das quantias a receber por cada um. Os “papéis” estão descritos em 13 títulos e conservados em 23 maços, a que correspondem 252 registos numerados sequencialmente dentro de cada maço ou título e 9 livros. A terceira parte intitulada “lembranças” regista as despesas e compras feitas por D. Duarte de Castelo Branco, assim como “as propriedades e mais cousas que são do morgado, patrimoniaes e da coroa”, com uma informação acerca de cada uma e as respetivas obrigações, bem como a localização, no próprio livro, das correspondentes escrituras.

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