REPRESENTAÇÃO do Cabido da ilha de São Tomé, ao príncipe regente [D. João] a participar que o padre, Manuel Pedro, presbítero secular e coadjutor da Sé, teve uma breve disputa com o tenente, José de Carvalho; passada uma hora encontrou no mesmo local o sargento-mor da praça, Francisco Carvalho de Almeida e o dito tenente, mais alguns capangas do mesmo sargento-mor, que não é mais que um degredado que veio remetido de Angola o ano passado por crime de morte e aqui em menos de 6 meses, o governador, Gabriel António Franco de Castro, o fez capitão de Milícias, sargento-mor de ordenanças e por último, sargento-mor da praça e provedor dos Defuntos e Ausentes Resíduos e Capelas, desta ilha, isto, contra o regimento dos governadores e contra uma Provisão de S.A.R.; este homem agrediu o padre, originando-se um grande tumulto, estando o povo contra o padre, que acabou ferido devido às várias agressões que foi alvo; ordenou-se devassar tudo isto, pelo Reverendo Vigário Geral, para conhecimento da verdade; tem havido perseguição aos eclesiásticos e desprezo pela religião; mais, informa que o juiz ordinário com vezes de ouvidor, Miguel Fernandes da Costa está devassando este caso, no entanto, mora numa casa do sargento-mor, sendo seu cunhado e tendo sido procurador da casa, enquanto a cunhada foi viúva.