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Identification
Description level
Item
Reference code
PT/TT/CC/3/0002/000002
Title
Carta de Mestre João a El-rei D. Manuel I
Title type
Atribuído
Holding entity
Arquivo Nacional Torre do Tombo
Initial date
1500-05-01
Final date
1500-05-01
Dimension and support
1 doc. (2 f., 310 x 219mm); papel
Context
Custodial history
Documento planificado e acondicionado em envelope de cartolina.Encontra-se também preservada uma capilha que outrora acondicionou o documento, trazendo no exterior o apontamento a lápis "4 reproduções em papel, fotografia e fotocópia, da carta de Mestre João", e dentro da qual encontram-se numerados: 1) um fac-símile por processo fotomecânico sobre papel espesso; 2) um fac-símile por processo fotomecânico sobre papel com marca de água "Giorgio Magnani"; 3) uma fotocópia; e 4) uma prova sobre papel fotográfico.
Content and structure
Scope and content
Carta escrita na frente e no verso da primeira folha de um bifólio, estando redigida em espanhol, mas à mistura com português, e assinada em latim, da autoria de mestre João, integrante da armada de Pedro Álvares Cabral e que se identifica como bacharel em Artes e Medicina, além de físico e cirurgião do rei de Portugal.O teor do texto evidencia que a redação foi iniciada em 28 de abril de 1500, tendo sido concluída em data idêntica à da célebre carta de Pêro Vaz de Caminha – são, de facto, os dois únicos originais epistolares que subsistiram da estadia da armada de Cabral no Brasil, ambos redigidos em "Vera Cruz" e dirigidos ao mesmo régio destinatário.Apesar de tudo o até agora se investigou, a identidade do remetente permanece bastante imprecisa, mas uma pista que se mostra consistente é a de que o mestre João missivista seja de facto o mestre João Faras, igualmente bacharel em Artes e Medicina, também físico e cirurgião do rei de Portugal, autor de uma tradução para espanhol da obra "De Situ Orbis", do geógrafo latino Pompónio Mela, cujo exemplar manuscrito, contendo estas informações sobre o tradutor, encontra-se na Biblioteca da Ajuda (Lisboa).Mestre João restringiu os assuntos da sua carta a apenas "dois pontos", que afinal dizem respeito a observações de âmbito geográfico e astronómico, respetivamente, implicando a realização dos primeiros procedimentos científicos, de que há notícia, em território brasileiro.No primeiro ponto, ele relata o seu desembarque na nova terra, juntamente com dois pilotos, para a obtenção da medida de latitude mediante utilização de astrolábio, mas no que se refere à longitude, ele prefere sugerir ao rei que consulte um antigo mapa-múndi, então na posse do navegador Pêro Vaz Bisagudo, onde já estaria representado o "sítio desta terra".Quanto ao segundo ponto, mestre João queixa-se das dificuldades com que se defrontava no que diz respeito à tomada de graus das estrelas, optando por desenhar um esboço dos conjuntos de estrelas que identificara no céu do hemisfério sul. A originalidade da ilustração é devida ao pioneirismo desse mapeamento sideral, destacando-se a constelação que ele chama de "Las Guardas" e que no texto designa também por "Cruz", e que hoje conhecemos como Cruzeiro do Sul.Finalmente, numa espécie de "post-scriptum", mestre João pondera que talvez fosse melhor para os navios continuarem tentando navegar pela altitude do sol, recorrendo ao astrolábio, do que esperar encontrar o esquivo "Polo Antártico", isto é, uma Estrela do Polo Sul, mediante o uso do quadrante.O verso da segunda e última folha do documento contém dois apontamentos quinhentistas (o subscrito "A El-rei, nosso senhor" e a nota "De mestre João, que vai a Calecute") e um apanhado setecentista (composto por resumo, data e cota do documento).
Access and use
Access restrictions
Documento sujeito a autorização para a consulta e a horário restrito.
Language of the material
Espanhol, português e latim.
Physical characteristics and technical requirements
A última folha encontra-se mutilada, com perda de todo o quarto superior direito.
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